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Histórias de quem mudou hábitos em busca de mais saúde


"A paixão pela corrida me ajudou a eliminar 45 kg e vencer a depressão"

Imagem: Arquivo pessoal

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo

06/08/2020 04h00

Com sobrepeso há anos, Washington Macedo, 40, foi diagnosticado com depressão em 2014. Apesar de ouvir que praticar exercícios poderia ajudar o quadro, ele só decidiu começar a treinar em 2018, com medo que sua saúde mental prejudicasse a família. Durante o processo, se apaixonou pela corrida e mudou os hábitos alimentares. A seguir, ele conta como eliminou 45 kg em um ano e meio:

"Nunca gostei de praticar atividade física. Quando criança, fazia só o que era obrigatório na escola. Preferia passar a tarde vendo televisão, lendo gibis ou estudando. Além do estilo de vida sedentário, minha alimentação não nada adequada, cheia de excessos. As refeições eram compostas quase que completamente por carboidratos — massas, pães e qualquer guloseima que estivesse disponível. Legumes e frutas passavam longe do meu prato.

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Esses hábitos continuaram na vida adulta. Todos os dias comprava pão, crossaint e sonho... Amava comida de padaria. Quando saía de casa para fazer qualquer coisa, mesmo se já tivesse almoçado, parava em uma lanchonete para beliscar algo. Em 2014, fui diagnosticado com depressão e ansiedade. Durante as crises, comia ainda mais para tentar amenizar as emoções. Fiquei acostumado a estar sempre mastigando algum alimento e já não me lembrava do que era sentir fome, estava sempre empanturrado.

Minha esposa me incentiva a buscar especialistas para tratar a depressão, mas quando eu ia, não procurava um tratamento sério, queria apenas ser medicado. Sempre que os médicos sugeriam atividade física, eu fugia. Enquanto isso, além de todos os efeitos causados pela doença, sofria de refluxo, gastrite, pouca disposição, sono de má qualidade e tinha colesterol e triglicérides em níveis preocupantes.

Imagem: Arquivo pessoal

Com 1,82 m de altura, cheguei a pesar 120 kg. Coisas simples, como amarrar o sapato ou brincar com a minha filha pequena, eram tarefas difíceis. Apesar dos constantes alertas médicos sobre a minha saúde, eu não me preocupava muito. Por conta do quadro depressivo, estava em uma fase sem qualquer autocuidado.

Em 2018, como eu trabalhava durante à noite dando aulas de história, enquanto minha esposa trabalhava, era minha responsabilidade cuidar da minha filha durante o dia. Ela tinha cinco anos e percebi que, pouco a pouco, a minha depressão estava começando a prejudicá-la. Eu não tinha vontade de nada, só queria ficar deitado o dia todo, e ela me imitava. Eu não deixava o sol entrar em casa e, no fundo, queria que ela também ficasse dormindo.

Além de não aproveitar o tempo e a oportunidade que tinha para brincar com minha filha ao ar livre, percebi que ela estava se tornando uma criança triste, desanimada em relação às outras. A relação com a minha esposa também se tornou ruim e, pouco a pouco, minha família tinha se tornado infeliz.

Imagem: Arquivo pessoal

Decidi sair da inércia e começar a fazer algo por mim. Minha esposa tinha comprado um aparelho elíptico para mim, que durante dois anos só foi usado como cabide para roupas. Comecei a me exercitar no aparelho com o único pensamento de melhorar: não podia continuar arrastando minha família para o buraco e queria me livrar dos antidepressivos e ansiolíticos.

Após cerca de seis meses me exercitando em casa, os sintomas da depressão já haviam melhorado bastante, eu perdi 13 kg e mudei meus hábitos alimentares. Pouco a pouco, treinei minha mente para compreender que eu não precisava de tanta comida, especialmente de carboidratos. Boa parte das opções industrializadas foi substituída por alimentos naturais, o que chamam de 'comida de verdade'.

Mas a principal mudança aconteceu quando inscrevi minha filha em cursos para crianças em um CEU (Centro Educacional Unificado) no meu bairro em Guarulhos, um município de São Paulo. Quando fui deixá-la pela primeira vez, notei que tinha uma pista de corrida com pessoas de todo o tipo se exercitando lá. Estranhamente, eu nunca tive vergonha de ser visto como um gordo que não estava nem aí. Mas sentia vergonha de ser visto como um gordo que estava tentando perder peso. Então, evitava treinar ao ar livre.

Imagem: Arquivo pessoal

Mas ao ver pessoas de todos os tipos treinando corrida, entendi que o esporte poderia ser para mim também. Aos poucos, passei a usar aquela pista. No começo, estranhei bastante o exercício, era bem mais difícil do que treinar no elíptico. Mas, correndo sozinho, fui pegando o gosto e colocando metas de distância.

Passei a ler bastante sobre corrida e, na mesma época, um amigo me convidou para participar de uma prova. De repente, já seguia programas de treinos para completar 10 km, buscava dicas de profissionais e me sentia feliz. Com quase 40 anos eu descobri meu esporte, uma nova paixão que me ajuda a manter o corpo e a cabeça saudáveis.

Hoje, faço funcional para evitar lesões ao correr e consegui eliminar 45 kg em um ano e meio. Mais do que um corpo magro, ganhei saúde e hoje dou um bom exemplo de qualidade de vida para a minha família.

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