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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Hepatite viral pode ficar silenciosa por anos; saiba se precisa fazer teste

Imagem: iStock

Priscila Carvalho

Do VivaBem, em São Paulo

28/07/2020 17h37

Nesta terça-feira (28) é o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, os casos mais que dobram a cada ano, principalmente em homens com idade de 20 a 39 anos, grupo que é mais exposto à condição.

A hepatite é o termo genérico que define uma infecção ou inflamação no fígado. Esse órgão é conhecido como o filtro do organismo. E é o responsável por processar alimentos, filtrar o sangue e combater infecções. O uso excessivo de álcool, drogas, alguns medicamentos e doenças podem afetá-lo.

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Outra maneira que contribui para o mal funcionamento do fígado é a infecção por vírus. Nesse caso, as hepatites são classificadas pelas letras do alfabeto: A, B, C, D e E.

Tipos de hepatite

Hepatites A
São transmissíveis por meio do consumo de água e alimentos contaminados. Os médicos podem se referir a esse tipo de contaminação como transmissão oral-fecal.

Hepatite B
Pode ser transmitida principalmente pelo sexo, mas pode haver contágio por via sanguínea --por meio seringas, lâminas ou outros parelhos contaminados. É considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível).

Hepatite C
O contágio ocorre percutâneo, ou seja, sangue contaminando outro sangue. Podem ser alicates, instrumentos cirúrgicos, seringas, agulhas, etc. E até por relações sexuais sem proteção o vírus se espalha, basta que haja alguma lesão.

Hepatite D ou Delta
Precisa da companhia do vírus B para se multiplicar e é mais comum na região amazônica ocidental.

Hepatite E
É mais rara no Brasil. Assim como ocorre no tipo A, a transmissão se dá na forma oral-fecal. Cuidados como consumir água tratada, bom cozimento dos alimentos, especialmente carne suína (o vírus pode afetar rebanhos suínos), ajudam na prevenção.

Saiba se você precisa ser vacinado ou fazer um teste para hepatites virais

O número de pessoas com hepatites virais tem aumentado rapidamente, segundo o Ministério da Saúde.

Como a doença se manifesta e pode não apresentar sintomas, muitas vezes o indivíduo pode estar doente e não saber. Por isso é possível responder esse teste e avaliar o potencial risco do problema. Vale lembrar que o teste não exclui o diagnóstico médico.

Você já teve diagnóstico de problemas de coagulação?
Se sim, fale com seu médico sobre a necessidade de vacinar-se contra a hepatite A.

Você já teve diagnóstico de alguma doença crônica do fígado?
Se sim, fale com seu médico sobre a necessidade de vacinar-se contra as hepatites A e B.

Você ou alguém da sua família nasceu na Amazônia?
Se sim, fale com seu médico sobre a possibilidade de fazer um teste para hepatite B. O Amazonas tem altos índices de infecção.

Você vive atualmente com alguma pessoa que teve diagnóstico de Hepatite B?
Se sim, fale com seu médico sobre a necessidade de vacinação contra a hepatite B.

Você teve algum diagnóstico recente de alguma IST (Infecção Sexualmente Transmissível)?
Se sim, fale com seu médico sobre a necessidade de vacinação contra a hepatite B.

Você teve diagnóstico de diabetes?
Se sim, fale com seu médico sobre a necessidade de vacinação contra a hepatite B.

Você teve diagnóstico de HIV/AIDS?
Se sim, fale com seu médico sobre a necessidade de vacinação contra hepatite B; peça também um teste para hepatites B e C.

Você é homem e tem encontros sexuais com outros homens?
Se sim, fale com seu médico sobre a necessidade de vacinação contra hepatites A e B; e peça um teste para hepatites B e C.

Você usa drogas injetáveis?
Se sim, fale com seu médico sobre a necessidade de vacinação contra hepatites A e B; e peça um teste para hepatites B e C.

Você nasceu entre 1945-1965?
Se sim, peça a seu médico um teste sanguíneo para hepatite C.

Você recebeu alguma transfusão ou fez algum transplante antes de julho de 1992?
Se sim, peça a seu médico um teste sanguíneo para hepatite C.

Recebeu algum fator de coagulação antes de 1987?
Se sim, peça a seu médico um teste sanguíneo para hepatite C.

Já usou drogas injetáveis, pelo menos uma vez?
Se sim, peça a seu médico um teste sanguíneo para hepatite C.

Você pretende viajar para o exterior nos próximos meses?
Se sim, fale com seu médico para que ele avalie a necessidade de vacinação prévia.

Sintomas mais comuns

Embora as doenças hepáticas tenham caraterísticas silenciosas, a doença pode apresentar alguns sinais. Os mais comuns são.

  • Febre;
  • Cansaço;
  • Perda do apetite (rejeitando carne vermelha, inclusive);
  • Náuseas;
  • Vômito;
  • Dor abdominal;
  • Urina escura (colúria);
  • Fezes claras;
  • Dor articular;
  • Pele e olhos amarelos (Icterícia);
  • Tontura
  • Mal-estar;
  • Rejeição ao cigarro, quando a pessoa é fumante;

Dá para evitar a doença?

Sim. É necessário fazer exames periódicos para a detecção do problema e eventual tratamento, medidas de higiene e precauções durante a prática sexual são essenciais. Mas a melhor forma de se evitar as hepatites é vacinar-se.

Embora, até o momento, não exista uma vacina para a hepatite C, as hepatites A, B e D podem ser prevenidas por meio de vacinas.

No Brasil, a vacina contra o vírus B, há muitos anos, já é oferecida nos postos de saúde para adultos e crianças, sem limite de idade. Ela também protege do vírus D. A partir de 1989, ela entrou no calendário do recém-nascido e, portanto, os nascidos a partir desta data já estão protegidos. Quanto aos adultos, menos de 50% deles foram vacinados. Daí a importância da imunização.

Como é feito o tratamento

Hepatites agudas, virais e induzidas por toxidade geralmente são autolimitadas, ou seja, elas se resolvem de forma espontânea e desde que seja suspensa a droga ou medicamento suspeito. Mas há casos graves que evoluem rapidamente, chamadas pelos médicos de hepatites fulminantes. Nesses casos, o tratamento é a indicação de transplante.

Nas hipóteses de hepatites crônicas (B e C), o tratamento é realizado com o uso de medicamentos antivirais específicos. Se a causa for o consumo de álcool, haverá restrição completa de sua ingestão.

Os especialistas lembram que desde que o tratamento (disponível na rede pública) seja adequado e acompanhado por um médico, é possível evitar que a hepatite crônica progrida para as formas mais graves.

*Com informações de matéria publicada no dia 16/07/2019.

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