Estudo mostra como a realidade virtual pode deixar treino mais fácil
Do UOL VivaBem, em São Paulo
03/10/2018 10h42
A realidade virtual tem chamado cada vez mais a atenção da comunidade científica, que procura entender os benefícios que a modernidade traz e possíveis aplicações terapêuticas para ela.
A terapia comportamental cognitiva, por exemplo, quando administrada com o uso dessa tecnologia, reduz a paranoia e a ansiedade. Em pesquisas anteriores, cientistas também a usaram para reduzir o transtorno de estresse pós-traumático em soldados.
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Agora, uma nova pesquisa publicada no periódico científico Psychology Sports and Exercise examina ainda mais a fundo a relação entre a realidade virtual e a experiência da dor, mas no contexto do exercício físico.
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Estudando os efeitos da Realidade Virtual no exercício
A equipe responsável pediu a 80 participantes para realizar uma flexão isométrica de bíceps a 20% de sua força máxima e manter o peso pelo maior tempo possível. Destes participantes, 40 usaram óculos de realidade virtual e outros 40 fizeram o movimento sem os óculos.
Aqueles que usavam o acessório viram uma recriação virtual do mesmo ambiente em que o grupo de controle estava, --ou seja, a mesma sala, decorada da mesma forma -- mas também conseguiram ver uma representação animada (em forma de desenho), do braço segurando o peso.
Depois do teste, os pesquisadores mediram os batimentos cardíacos dos participantes do estudo, o tempo até a exaustão e a consciência corporal de cada voluntário.
Os participantes também foram solicitados a relatar sua classificação de intensidade da dor e esforço percebido.
Realidade virtual pode beneficiar seu treino
No geral, o uso da tecnologia levou a uma diminuição da percepção de dor e esforço. Após 1 minuto mantendo o peso, a intensidade da dor relatada no grupo com os óculos foi 10% menor do que no grupo controle.
Além disso, os usuários da realidade virtual aguentaram o peso por uma média de 2 minutos a mais antes de se sentirem exaustos e tiveram uma redução de três batimentos por minuto na frequência cardíaca em comparação com o grupo controle.
Os pesquisadores estão esperançosos de que a tecnologia possa ser usada para encorajar as pessoas a se exercitarem mais.
Maria Matsangidou, a principal autora do estudo afirma que os resultados podem ter implicações importantes para os novos métodos de treino, desde pessoas que se exercitam de modo leve até atletas profissionais.