Manter intestino saudável na gravidez pode reduzir risco de autismo no bebê
Do VivaBem, em São Paulo
19/07/2018 20h04
Uma mulher grávida tem que estar saudável para garantir ao organismo toda energia necessária para a criação de um neném saudável. E tudo importa, até a saúde do intestino de uma mãe pode influenciar em um filho, segundo uma nova pesquisa feita pela Universidade de Medicina da Virgínia, nos Estados Unidos.
O estudo mostrou que o microbioma (os microrganismos que naturalmente vivem dentro de nós) da mãe durante a gravidez pode determinar o risco de autismo no bebê. Assim, os cientistas especulam se modificar a dieta de grávidas ou aconselhar o uso de probióticos personalizados pode ser uma nova forma de tentar prevenir o autismo.
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As conclusões foram obtidas após testes em ratos de laboratório, onde os pesquisadores impediram o desenvolvimento de distúrbios neurológicos semelhantes ao autismo ao bloquear uma molécula inflamatória específica, a chamada interleucina-17a, que é produzida pelo sistema imunológico e tem como principal função controlar a microbiota intestinal.
Com o sucesso, os cientistas associaram a molécula ao aparecimento do autismo em humanos e criam estratégias para tentar evitar casos. Um plano de prevenção seria bloquear a molécula inflamatória como foi feito nos ratos, mas também pode ser promissor usar a interleucina-17a como um biomarcador para diagnósticos precoces.
De acordo com os pesquisadores, ainda é preciso ter cautela, uma vez que bloquear o IL-17a pode causar efeitos colaterais. Acontece que a manutenção da saúde embrionária exige um equilíbrio complexo de regulação imunológica, por isso as pessoas tendem a evitar manipular o sistema imunológico durante a gravidez -o que seria necessário no caso da IL-17a, já que ela é produzida pelo próprio sistema.
Resumindo, o microbioma doente da mãe pode fazer com que nenéns sejam suscetíveis a distúrbios neurológicos. Mas a boa notícia é que o microbioma pode ser facilmente modificado, seja através de dieta, suplementos probióticos ou transplante fecal.
Todas essas abordagens tentam restaurar um equilíbrio saudável entre os diferentes microorganismos que vivem no intestino e podem ser usados para manter grávidas saudáveis e não aumentar o risco de doenças em seus filhos.