Indivíduos que toleram incertezas cooperam e confiam mais nas pessoas
Do VivaBem, em São Paulo
17/06/2018 12h34
Uma nova pesquisa publicada na Nature Communications indica que indivíduos tolerantes à ambiguidade - um tipo de incerteza em que as chances de um resultado são desconhecidos - são mais propensos a cooperar e a confiar em outras pessoas.
Pesquisadores da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, realizaram uma série de experimentos em que 200 voluntários (106 mulheres e 94 homens participantes) completaram um jogo de apostas para avaliar seu risco e tolerância à incerteza. Eles então participaram da brincadeira, na qual eles tinham que decidir se cooperavam ou confiavam em outros jogadores.
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A cooperação potencialmente beneficiou ambos os competidores, mas os cooperadores correram o risco de serem traídos e perderem.
Em um experimento, os resultados mostraram que a tolerância à ambiguidade estava positivamente relacionada com a quantidade de cooperação. Em um segundo estudo, os pesquisadores descobriram que aqueles que poderiam tolerar a ambiguidade escolheram confiar em um parceiro, mesmo sabendo que a pessoa nem sempre se comportou de maneira confiável no passado.
No geral, ser capaz de tolerar a ambiguidade previa um comportamento pró-social maior, que prioriza o bem-estar de outras pessoas e não apenas o próprio benefício de alguém. "Se considerarmos como navegamos em nossos mundos sociais, precisamos constantemente descobrir o que as outras pessoas estão sentindo e pensando", disse Feldman Hall, um dos autores do estudo. "Mesmo se alguém nos disser que eles estão com raiva, eles podem não estar nos dizendo o quanto eles realmente estão zangados, ou por que eles podem estar com raiva. Em outras palavras, tentamos prever outras pessoas sem nunca termos acesso total a elas."
Quando os sujeitos podiam coletar informações sobre os outros - por meio de fofoca, envolvimento ou observação de outra pessoa, por exemplo - e reduzir a incerteza ambígua em torno de suas escolhas sociais, a ligação entre a tolerância à ambiguidade e a disposição para confiar desapareceu.