Retardar em 45 minutos o início da aula melhora saúde de alunos, diz estudo

Acordar cedo para ir à escola pode ser um sofrimento para crianças e adolescentes. Mas, se antes as reclamações pareciam não levar para lugar algum, agora elas têm o apoio da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que indica em uma pesquisa que pode ser bom as aulas começarem um pouco mais tarde.

O novo estudo, publicado nesta terça-feira (10), teve como objetivo investigar o impacto de curto e longo prazo de um atraso de 45 minutos no tempo de início das aulas no sono e no bem-estar dos adolescentes. Os resultados mostraram que retardar o início das atividades faz com que os alunos durmam mais e se sintam melhor.

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Para o trabalho científico, os pesquisadores avaliaram o sono e o bem-estar (sintomas depressivos e humor) de 375 alunos do 7º ao 10º ano de uma escola em Cingapura, que mudou o horário de início das aulas das 7h30 para as 8h15 da manhã. Os cientistas questionaram os estudantes antes que a escola alterasse o horário e após nove meses da mudança. O tempo total de sono também foi medido.

Entrar mais tarde melhora até o comportamento social

Os resultados indicam que, após um mês, os alunos dormiram mais 23 minutos do que o normal. Os participantes relataram níveis mais baixos de sonolência e melhora no bem-estar. O aumento na duração do sono também foi associado a uma melhoria no estado de alerta.

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Além disso, com o início tardio dos estudos, o percentual de participantes cujo tempo de sono informado nos dias de semana foi de pelo menos 8 horas --valor geralmente considerado adequado para adolescentes -- aumentou de 6,9% para 16%. O tempo total de sono cresceu cerca de 10 minutos ao longo de nove meses. De acordo com os autores do estudo, dormir mais e melhor pode fazer milagres à saúde mental, ao comportamento social e à produtividade em classe.

No Brasil, por exemplo, as aulas normalmente começam por volta das 7h30 da manhã, o que é uma hora mais cedo do que o horário de início recomendado pela Academia Americana de Pediatria, pela Associação Médica Americana e pela Academia Americana de Medicina do Sono. A privação do sono está ligada à hipertensão e até ao Alzheimer.

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