Smartphone pode diagnosticar câncer de colo de útero
Do VivaBem, em São Paulo*
24/01/2018 17h25
Um protótipo de microscópio conectado a um smartphone poderá auxiliar o diagnóstico de câncer de colo de útero. De acordo com cientistas do Grupo de Óptica do IFSC da USP (Instituto de Física de São Carlos), o equipamento será dedicado a equipes médicas e a patente já foi solicitada.
Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), o câncer de colo de útero é causado pelo Papilomavírus Humano (HPV), sendo o terceiro tipo de câncer que mais afeta as mulheres. A infecção pelo HPV é comum e pode causar câncer ao provocar alterações celulares que são detectadas facilmente pelo papanicolaou.
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Sebastião Pratavieira, pesquisador do IFSC e um dos responsáveis pela invenção, explica que a intenção de usar smartphone é substituir as tradicionais câmeras científicas, que são acopladas a computadores para registrar as imagens de diagnóstico. Embora sejam úteis, essas câmeras não são tão práticas quanto os celulares.
Além do espaço para a instalação do smartphone, o protótipo do microscópio contém um LED azul, bem como lentes e fibras ópticas. No entanto, a configuração do instrumento pode ser alterada, permitindo que se utilize outros tipos de lentes e luzes.
Observando a lesão
Para observar uma lesão através do protótipo, aplica-se um corante na região a ser analisada, tornando-a fluorescente e evidenciando as principais características que são avaliadas, como, por exemplo, a quantidade de células e o tamanho de seus núcleos.
As células podem ser observadas tanto na pele do paciente como em amostras obtidas por meio de citologia esfoliativa –quando parte da lesão é retirada do indivíduo através de uma raspagem para, então, ser estudada.
A professora Cristina Kurachi, docente do IFSC e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do protótipo, diz que a invenção não substituirá a biópsia (coleta invasiva de amostra de lesão, que permite diagnosticar o câncer), mas que eventualmente auxiliará o diagnóstico, possibilitando que equipes médicas escolham a região mais adequada da lesão para prosseguir com a avaliação, uma vez que o novo método permite ver com facilidade as células presentes na superfície do tecido humano.
Segundo a docente, com o método convencional, dependendo das características da lesão ou da experiência do profissional que executa o diagnóstico, a região da lesão, retirada para biópsia, pode apresentar informações insuficientes para se diagnosticar o câncer.
Entretanto, para avaliar o potencial do novo protótipo, será necessário comparar sua eficiência com a do método de diagnóstico tradicional em estudos clínicos que serão desenvolvidos em lesões de colo de útero.
* Com Jornal da USP
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