Alice Wegmann fala sobre comer por ansiedade; você passa por isso?
Adriana Nogueira
Do UOL
20/01/2017 16h38
A atriz Alice Wegmann, a Marina da novela “A Lei do Amor” (Globo), disse em entrevista para a revista “Marie Claire” que acredita ter tido um “problema de compulsão alimentar pela ansiedade”. Comer por ansiedade e ser compulsivo são coisas diferentes, que podem estar relacionadas ou não.
“A maioria das pessoas come por ansiedade, mas quem tem compulsão não consegue parar, chega a passar mal de tanto comer. Tenho pacientes no consultório que levantam de madrugada para comer uma lata inteira de leite condensado ou saem de casa para comprar algo”, afirma a endocrinologista Maria Fernanda Barca, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e da Sociedade Endócrina dos Estados Unidos.
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A psicóloga hospitalar e de transtornos alimentares Sabrina Gonzalez disse que outra característica de quem come por compulsão [que é uma doença catalogada pela Organização Mundial da Saúde] é sentir culpa após o comportamento. “A pessoa se sente culpada, cai a autoestima e ela tende a cometer outros atos compulsivos”, fala Sabrina.
Busca de alívio
A psicóloga diz que tanto quem come por ansiedade quanto quem tem compulsão alimentar usa a comida como recurso para aliviar o sofrimento psíquico.
Segundo Sabrina Gonzalez, além do descontrole ao comer e o sentimento de culpa, o compulsivo alimentar perde a seletividade. “Quem come por ansiedade, em geral, sente vontade de alimentos específicos, como um bombom ou um bolo. Já quem é compulsivo come qualquer coisa, o que estiver pela frente.”
Razões metabólicas
Para a endocrinologista Maria Fernanda, antes de determinar qualquer forma de tratamento para a compulsão alimentar, é preciso investigar se a causa do problema não é metabólica.
De acordo com a médica, o indivíduo precisa se submeter a um exame de sangue que avalie a relação entre a glicose e a insulina no organismo. “A pessoa pode apresentar resistência à insulina. Esse hormônio é responsável por jogar o açúcar para dentro da célula. Quando não age como deveria, o cérebro manda uma mensagem que precisamos comer mais carboidratos [fontes rápidas de açúcar], principalmente.”.
Descartadas razões metabólicas –que são resolvidas com medicamentos-- para o ato de comer demais, o tratamento pode consistir em psicoterapia, com psicólogo ou psiquiatra, associada ou não a remédios anticompulsivos (que obrigatoriamente têm de ser prescritos por um médico).