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Pandemia de covid exacerbou aumento de ISTs nos EUA, diz estudo

Mais da metade das ISTs foram detectadas em pessoas com idades entre 16 e 24 anos Imagem: Getty Images

Washington

12/04/2022 17h39

Os casos de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) aumentaram nos Estados Unidos durante a pandemia de covid-19, o que levou a uma queda na frequência de testes de rastreamento, informou um relatório oficial nesta terça-feira (12).

A pandemia reforçou uma tendência subjacente de aumento das ISTs na última década, atribuída ao declínio do financiamento para a saúde pública, explicou Jonathan Mermin, autor do relatório e alto funcionário dos CDCs (Centros de Controle e Prevenção de Doenças).

Em 2020, os casos notificados de gonorreia e sífilis primária e secundária aumentaram 10% e 7%, respectivamente, em comparação com 2019.

A sífilis em recém-nascidos, conhecida como sífilis congênita, também aumentou, com quase 15% a mais de casos relatados desde 2019 e 235% desde 2016.

Dados preliminares referentes a 2021 indicam que tanto a sífilis primária e secundária quanto a sífilis congênita continuaram a aumentar naquele ano.

Os casos registrados de clamídia caíram 13% desde 2019, mas especialistas suspeitam que os dados podem ser enganosos porque a doença geralmente é assintomática e é detectada por meio de exames como exames de Papanicolau de rotina.

No total, 2,4 milhões de casos de clamídia, gonorreia e sífilis foram relatados naquele ano. O covid-19 "veio em um momento muito difícil para o controle das ISTs", disse Mermin a repórteres por telefone.

"Já tínhamos uma infraestrutura de saúde pública sobrecarregada e debilitada. Há muitas comunidades nos Estados Unidos que não têm clínicas especializadas em ISTs. Isso levou a uma exacerbação de tendências que já vinham mostrando um aumento".

"As consequências da sífilis congênita são as mais graves", acrescentou. "Incluem problemas de saúde física e mental ao longo da vida, aborto espontâneo ou morte fetal."

Os casos relatados de ISTs diminuíram inicialmente durante os primeiros meses de 2020 devido ao confinamento e distanciamento social, mas ressurgiram no final do ano.

Os fatores atribuídos ao aumento incluem a redução da frequência de atendimento médico presencial, que se traduziu em menos exames; a transferência de trabalhadores de saúde dedicados às ISTs para responder à pandemia de covid; a escassez de insumos laboratoriais e exames de ISTs; e pausas no seguro-saúde devido ao desemprego.

Leandro Mena, outro alto funcionário dos CDC, acrescentou que fatores sociais e econômicos, como pobreza e falta de seguro de saúde, também desempenharam um papel nos piores resultados de ISTs.

Mais da metade das ISTs foram detectadas em pessoas com idades entre 16 e 24 anos.

Pessoas negras, hispânicas e nativas americanas foram desproporcionalmente afetadas, enquanto 42% dos casos de sífilis primária e secundária ocorreram em homens gays e bissexuais.

O financiamento público para clínicas locais de saúde sexual está em declínio há vários anos, e os dados mostraram que os estados mais atingidos são também os mais frágeis economicamente, como o Mississippi.

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