O que é inteligência emocional e como desenvolvê-la
Colaboração para o VivaBem
13/08/2018 04h00
Até bem pouco tempo atrás --cerca de 10 ou 15 anos -- quando se falava em inteligência, nos referíamos àquela que é medida pelo QI (coeficiente de inteligência) e que se relaciona, sobretudo, com raciocínio lógico, estratégico e com a memória.
Hoje, no entanto, sabe-se que existem vários tipos de inteligência, como a corporal e a musical. Mas talvez a mais conhecida delas seja a emocional. Ela pode ser definida, de maneira simples, como a habilidade em reconhecer reações emocionais em si e no outro, assim como entender os efeitos que tais comportamentos exercem.
Saber lidar com essas emoções e sentimentos e conseguir usá-los como uma espécie de mola propulsora para o desenvolvimento pessoal também são parte desse tipo de inteligência. E a empatia --saber se colocar no lugar do outro -- é mais um sinal.
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“Não nascemos emocionalmente inteligentes. Esta é uma habilidade construída ao longo da vida, por meio de interações com os outros, estímulos, decisões que tomamos, etc”, diz o psicólogo André Bruttin, professor de Psicologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
Mas é possível desenvolvê-la de maneira intencional e consciente. E isso só faz bem: alguém que é capaz de conviver de maneira equilibrada com os próprios sentimentos, deixando-os fluir e sabendo o que fazer com eles certamente será mais tranquilo e menos tenso.
“A repressão excessiva e sistemática da expressão das emoções forma hábitos que inibem e enrijecem, não só corporalmente, mas também nas iniciativas e enfrentamentos da vida. Por outro lado, a demonstração desmedida e sem meta dos sentimentos pode trazer desgaste emocional”, pondera a psicóloga Rosane Granzotto, do CFP (Conselho Federal de Psicologia), em Florianópolis (SC).
Para a especialista, o autoconhecimento, manifestação das emoções dentro de um contexto adequado, inclusão e respeito ao outro nas relações afetivas e de trabalho são situações sempre benéficas.
Como desenvolver a inteligência emocional
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Imagem: iStock Imagem: iStock Fazer terapia
O autoconhecimento é um dos pilares da inteligência emocional. A ajuda de um profissional para entender os próprios sentimentos pode acelerar e facilitar o processo. Leia mais
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Imagem: iStock Imagem: iStock Falar e ouvir
Processos como o feedback (avaliações de desempenho) das empresas, ou as famosas “DR” (gíria que significa discutir o relacionamento) entre casais, por exemplo, são úteis pois representam um momento em que se faz uma pausa para ouvir o outro e entendê-lo, e vice-versa.
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Segundo a coach Heloísa Capelas, autora do livro O Mapa da Felicidade (ed. Gente), atenção é uma palavra-chave quando se fala em inteligência emocional. “É preciso observar nossos sentidos, por exemplo, pois eles são um excelente indicador das nossas emoções”, diz.
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A respiração é outro indicativo de emoções. A ansiedade, por exemplo, a torna curta e pouco profunda. Reconhecer isso e se concentrar para corrigir --como ao fazer respirações mais longas e profundas --, ajuda a manter as emoções sob controle. Exercícios físicos também são uma maneira excelente de descarregar as emoções. Leia mais
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Segundo Heloísa, nos acostumamos a mascarar sentimentos considerados ruins, como inveja, raiva e ciúme, não os admitindo nem para nós mesmos. No entanto, é importante entender que eles não são certos nem errados, apenas acontecem --e o que conta mesmo é a maneira como lidamos com eles. Reconhecer, nomear e não julgar é sinal de inteligência emocional, pois abre o caminho para a autoanálise. Dessa forma, fica mais fácil usar o sentimento a seu favor, como uma maneira de refletir e evoluir emocionalmente.