A negra latina da sala

A executiva do Youtube Bibiana Leite fala de suas vitórias e das vezes em que foi a única entre homens brancos

Cláudia de Castro Lima Colaboração para Universa Carine Wallauer/UOL

Ela tem uma história de sucesso, com uma carreira construída com luta e foco. Mas em vez de exaltar as mulheres "guerreiras", a executiva do YouTube Bibiana Leite quer mais empresas dando oportunidades para mulheres negras. Ela deu duro para alcançar um sonho, mas não queria ser considerada uma exceção à regra: quer chances iguais.

Baiana da periferia, ela percorria mais de 20 quilômetros todos os dias para estudar em um dos colégios mais renomados de Salvador à época. Os pais, uma economista e um ex-jogador de futebol que fez duas faculdades, se esforçavam para dar a ela o que, como dizia o pai, ninguém nunca poderia tirar: estudo e conhecimento. Isso não quer dizer que as coisas tenham sido fáceis para Bibiana.

Em sua casa, ela percebia que eles não tiveram tantas chances nas empresas em que trabalhavam. Mesmo assim, sonhava com uma carreira internacional. A ideia passou a ser alimentada durante as aulas de inglês, pagas pela tia, em um centro cultural.

Já formada em administração e sem dinheiro para estudar fora, ela passou um ano nos Estados Unidos em um programa como babá para aperfeiçoar o inglês. Voltou e soube de uma vaga no Google, que acabava de chegar ao Brasil. Depois de superar nove entrevistas, foi a primeira mulher negra a ser contratada pela empresa aqui.

Depois de subir alguns degraus no Google, viu uma vaga na sede do YouTube, na Califórnia. Era a tão sonhada carreira internacional se materializando - que, para ser solidificada, exigiu a superação da síndrome de impostora. "Muitas e muitas vezes eu era a única mulher negra em uma sala onde tinha apenas homens brancos. Eu era a imigrante, a negra e a latina", conta. "Isso abalou minha autoconfiança."

Uma mentora transformou seu olhar e fortaleceu seus pontos fortes. Hoje nos EUA, Bibiana, 41, é diretora de Desenvolvimento de Parcerias de Conteúdo e líder do programa #YouTubeBlack no Brasil.

Quando ouve que não há negros com qualificação no mercado - como disse, por exemplo, Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, ao afirmar que é difícil encontrar negros para algumas posições -, aponta o próprio exemplo. "As empresas e os gestores precisam entender que não é questão de baixar a barra", diz ela. "É questão de ter uma dívida histórica com os negros do Brasil por causa de quase quatro séculos de escravidão que a gente sofreu."

3 lições para garota negra que quer liderar

Estude muito, invista na educação sempre. Se não tem recursos, no Youtube tem live toda hora de coisas superinteressantes.

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Você cresceu no Vale dos Lagos, em Salvador, um bairro de classe operária. Que lembranças têm de sua infância e adolescência?

Minha família era de trabalhadores, mas com muito foco em educação. Minha mãe é formada em economia e já trabalhou em grandes empresas. Meu pai [Samuel Leite], quando adolescente, era jogador de futebol do Vitória. Acho que ele foi o primeiro da família que fez universidade. Primeiro se formou em educação física, depois em administração de empresas pela Universidade Federal da Bahia. Por mais que eles fossem pessoas que tenham tido acesso à educação superior, talvez pelo próprio racismo estrutural e pela pobreza das famílias das quais vieram, não tiveram tantas oportunidades na carreira. Mas a educação sempre foi uma questão. Lembro que eu estudava muito longe e eu tinha uma espécie de babá, que me levava para a escola todos os dias. As lembranças da minha infância são de muita alegria, mas de muito foco em excelência e em trabalho também.

Você se refere a uma tia sua que a ajudou a estudar inglês?

Sim, tive uma tia que pagou meu inglês para que eu pudesse ter acesso a mais oportunidades, e isso foi fundamental para a minha carreira. Eu estudava no Colégio 2 de Julho, que hoje não existe mais, mas que era um dos melhores de Salvador. Meus pais nem sempre tinham condições de pagar. Muitas vezes, não pagavam por meses e, no fim do ano, com o 13º, negociavam as mensalidades atrasadas. Lá tinha inglês, mas não era suficiente. Fiz, então, bancado pela minha tia, o ACBEU, Associação Cultural Brasil-Estados Unidos. Como era uma associação cultural, ia além de ensinar a língua. Aquele ambiente começou a despertar uma vontade de morar fora. E despertou também o sonho de ter uma carreira internacional.

E você escolheu estudar administração por isso?

Sim. Fiz Universidade Católica em Salvador. Enquanto estudava, trabalhava numa empresa de telefonia celular, a TIM, com aquela vontade de explorar o mundo. Uma prima da minha mãe emigrou para os Estados Unidos e mandava vídeos VHS para eu ver um pouco sobre a vida dela. Fazer intercâmbio estava fora da minha realidade, era muito caro e eu já tinha 24 anos. Pesquisei muito e descobri o Au Pair in America, um programa de babá. Eles pagariam a passagem, eu mudaria para os Estados Unidos e a família para a qual eu trabalharia me daria um salário semanal simbólico, porque ofereciam casa e comida.

Fui visitar a agência em Salvador e a menina de lá também era negra - talvez não tivesse sido tão recebida se não fosse ela. Me inscrevi e uma família se interessou por mim. Era um casal da Pensilvânia que tinha acabado de adotar uma criança da Coreia. E fui para os Estados Unidos ser babá.

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Como foi a experiência no exterior e o que ela trouxe para você?

Era a primeira vez que eu saía do país. Em Nova York, não conseguia acreditar naquelas luzes. Fiquei um ano trabalhando como babá. Eles me adoraram e queriam que eu continuasse lá, mas eu tinha uma missão: ter fluência no inglês e voltar para trabalhar numa grande empresa. Voltei e uma brasileira que conheci no programa de babá falou que o Google estava indo para o Brasil. Mandei o currículo pelo próprio site na época. E recebi uma resposta deles agradecendo o cadastro, mas dizendo que o Google não tinha nenhuma vaga adequada ao meu perfil.

Me surpreendeu ter recebido uma resposta, ninguém faz isso. Era uma vaga para Belo Horizonte, que era onde eu queria morar. Respondi que havia ficado surpresa e a pessoa falou que havia vagas para o escritório de São Paulo.

Me candidatei, fiz nove entrevistas, um processo muito criterioso. E no fim de 2005 eles me falaram que eu tinha sido aprovada e começaria em 2006. Fui a primeira mulher negra a ser contratada pelo Google.

Isso é motivo de orgulho?

Não sei se é, porque queria que muito mais mulheres negras tivessem as mesmas oportunidades. Mas fui crescendo dentro da empresa e chegou um momento em que falei: ok, acho que agora estou pronta para seguir essa carreira internacional que sempre desejei. Foi quando fiz o processo interno para trabalhar no YouTube. Fui a primeira pessoa contratada do YouTube para a América Latina e eles me transferiram daqui para os Estados Unidos. O escritório do YouTube é em San Bruno, na Califórnia, e eu não fazia ideia de onde ficava a cidade. Falei para os meus pais, arrumei as malas e vim para cá. Hoje consegui contratar um time superdiverso, com várias pessoas negras, brancas, LGBTQ. É time que tem bastante sucesso.

O que exatamente você faz no YouTube?

Meu trabalho é focado principalmente em fazer desenvolvimento de negócios na área de vídeo e de conteúdo para o YouTube para a América Latina. Tenho uma equipe de 15 pessoas, a maioria do time fica no Brasil, mas tem também gente no México, na Califórnia e em Nova York. Nosso trabalho fazer com que o YouTube tenha um conteúdo atraente. Fazemos o gerenciamento dessas contas no intuito de dar um altíssimo nível para os nossos criadores, principalmente aqueles que estão crescendo na plataforma, que chegaram a 1 milhão de inscritos. Fazemos inclusive negociações com marcas para que eles possam ganhar mais dinheiro criando esses vídeos para elas.

Você também é líder do YouTube Black no Brasil. Conta um pouco dos bastidores desse programa?

Começamos o YouTube Black em 2015. Talvez pelo fato de eu ser uma mulher negra e com outras pessoas da minha equipe que se representavam nessa demografia, decidimos fazer esse evento. Cerca de 10 anos atrás, conteúdo de TV era uma coisa muito curada: eram os diretores que escolhiam quem faria parte da novela e dos programas - e isso não reflete a história do Brasil - onde mais de 50% da população é considerada negra, parda ou mista. O YouTube veio para democratizar o acesso ao conteúdo, porque você não depende mais de um diretor de novela ou de produção para estar na tela.

Você pode contar sua história ou até falar de coisas que a gente não tinha acesso no passado - como cuidar do cabelo crespo. Vimos que em 2015 isso estava explodindo e pensamos: por que não convidar esses criadores para, no mês da consciência negra, participar desse evento? Como a maioria deles eram mulheres falando sobre cabelo e maquiagem, o foco foi muito em beleza. E o interessante é que, em 2016, o YouTube Black foi lançado nos Estados Unidos. Vamos fazer nossa 6ª edição agora em 2020, em uma live. E com convidadas muito especiais, como a Thelminha.

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Esse pioneirismo que você não desejava, de ser a primeira mulher negra a estar nos lugares, provocou alguma reação em você?

Depois que vim para os Estados Unidos e passou toda aquela empolgação, comecei a perceber que muitas e muitas vezes eu era a única mulher negra em uma sala onde tinha apenas homens brancos. Eu era a imigrante, a negra e a latina, que não falava com o mesmo sotaque deles. Isso abalou minha autoconfiança várias vezes.

Depois de algumas reuniões [com executivos de fora da empresa], ia no banheiro para chorar porque achava que as decisões não estavam sendo feitas de forma justa, mas, ao mesmo tempo, não tinha habilidade de falar na frente de todos eles. Prestava muita atenção, anotava tudo, mas não necessariamente me expressava por causa dessa inibição, dessa falta de autoconfiança. A gente fala bastante da síndrome do impostor e nessa época ela estava muito em alta porque eu achava que não deveria estar aqui. "Por que estou aqui? Sou um erro. Estou aqui só por acaso", eu achava. Esses bichinhos que ficam na nossa cabeça pesaram muito para mim.

Foi a única dificuldade que você teve?

Também demorei para me adaptar à cultura corporativa americana. No Brasil, se você tem uma dúvida, vai na mesa do colega e pergunta. Aqui, você precisa marcar um horário na agenda dele. E quando você quer resolver o negócio na hora e não pode esperar uma brecha no calendário da pessoa? Fora que muitas vezes eu estava apresentando algo e eles têm aquela coisa de ficar digitando ao mesmo tempo, que para mim era um insulto, parecia que ninguém estava prestando atenção. Muitas vezes, quando acabava de apresentar, ninguém perguntava nada. Não sabia se aquilo era uma microagressão, no sentido de "você não é importante", ou se era um estilo. Hoje acho que é um pouco do estilo mesmo. E tem várias outras coisas que são muito loucas: muita vezes eles não dão bom dia. Chegam, sentam na mesa de trabalho, trabalham, pegam suas coisas e vão embora. Uma coisa muito individualista. Acho que eu consegui chegar num meio-termo em que consigo ter uma eficiência mas também manter a minha autenticidade de brasileira, de baiana, dentro do ambiente corporativo.

Mas você conseguiu se livrar da sensação da síndrome da impostora?

Uma das coisas que me fizeram tirar aquelas ideias da cabeça foi ver outras mulheres inspiradoras que se parecem comigo dentro da empresa. Tenho uma mentora que é uma pessoa pela qual tenho muito carinho, a Nicole Alston. Ela é uma mulher negra e é vice-presidente do departamento jurídico do YouTube. Tem um time gigantesco, tem três filhas e é muito bem-sucedida. Há uns cinco anos, teve um painel aqui com três mulheres e ela era uma delas. Achei supercuriosa a forma como ela falou da vida dela e fui ousada de mandar um e-mail para ela e falar: "Sei que você pode não ter tempo, mas eu adoraria se a gente pudesse se conhecer e se você puder me dar mentoria e me ajudar com a minha carreira".

Umas duas semanas depois ela me respondeu. Hoje nós somos amigas. Nesta semana tivemos uma reunião e ela me falou: "Nossa, como você cresceu. Tão bom ver como você se desenvolveu, como você fala nas reuniões, como você está fazendo projetos incríveis".

Acho que é importante nós, mulheres, ajudarmos umas às outras. Os homens podem, claro, também nos ajudar, mas é importante que a gente tenha essas pessoas que possam nos inspirar, nos colocar para cima, nos ensinar experiências que já passaram. Principalmente se forem pessoas que se parecem conosco.

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Tem muitos gestores que alegam ser difícil contratar negros porque, até por causa da falta de oportunidades, não encontram perfis qualificados no mercado. O que você pensa em relação a isso?

Em resumo, posso dizer que eu já contratei pelo menos quatro pessoas negras no Google, que é uma empresa supercriteriosa com seleção de candidatos. Essa narrativa de que não existe gente qualificada ou que precisamos descer a barra para contratar profissionais negros é uma questão, na verdade, de investimento do gestor e de quem contrata.

A gente pode ir pelo caminho fácil: quero contratar agora e vou contratar pessoas que são parecidas comigo. Ou você pode fazer um investimento de tentar entender se existem outros profissionais que podem trazer um benefício para a sua organização.

Recentemente, fiz um mestrado em Psicologia Organizacional na Universidade de Columbia, em Nova York, uma das mais renomadas do mundo e onde o Obama estudou. Uma coisa superimportante foi entender mais sobre diversidade: de raça, de gênero. Estudamos vários livros e artigos e vi que, na verdade, a diversidade traz conflito para a dinâmica de um time. E esse conflito é bom porque quando todo mundo pensa igual a capacidade de inovar é menor.

A gente continua fazendo a mesma coisa do mesmo jeito porque não vê outra alternativa. Já os conflitos fazem com que as pessoas cresçam porque favorece o feedback. As pessoas começam a questionar também a própria atuação delas, a performance. E isso dá a elas a ansiedade de continuar se especializando, de continuar aprendendo mais. E, claro, traz uma grande vantagem competitiva para a empresa, para o próprio time.

As empresas precisam ter políticas de inclusão?

Sim, absolutamente. A gente tem uma história de opressão no Brasil que é uma coisa que todo mundo precisa entender. A gente fala bastante sobre a meritocracia - que, trabalhando muito duro, as pessoas conseguem. Com certeza trabalhando muito duro elas conseguem, mas elas precisam ter a oportunidade para conseguir trabalhar duro. Elas precisam ter mentoria, ter pessoas que possam ajudar elas a crescer e a entender como vão trabalhar duro para chegar lá.

Se uma pessoa cresceu num ambiente em que o pai, mãe ou familiares sempre tiveram trabalhos menos valorizados, vai ser muito difícil ela ter até aspiração de um dia construir uma carreira de sucesso. As empresas e os gestores precisam entender isso. Não é questão de baixar a barra. É questão de ter uma dívida histórica com os negros do Brasil por causa de quase quatro séculos de escravidão que a gente sofreu e de termos sido o último país a eliminar a escravidão no mundo.

Você fica cansada de explicar isso ou de lutar o tempo todo para conquistar espaços?

Cansa bastante. Aqui nos Estados Unidos, e no Brasil também, já estamos numa narrativa de que é importante que a sociedade em geral - e os brancos, principalmente - se eduquem com relação a isso. Muita gente está fazendo esse trabalho de educação aí no Brasil, de graça até nas redes sociais. E tem livros importantíssimos como o recente da Djamila Ribeiro, O Pequeno Manual Antirracista, superdidático, simples de ler.

É um trabalho cansativo porque, na verdade, o problema da situação dos negros no Brasil hoje, que é consequência da escravidão, não é um problema dos negros - é um problema dos brancos. Isso tudo começou a partir da colonização que escravizou os negros africanos e os locais indígenas. Então, é um problema de toda a sociedade. Cansa e eu acho que é importante que as pessoas tenham vontade de tentar entender isso para que a gente tenha uma sociedade mais harmônica. No fim das contas, ninguém está querendo guerra.

Me incomoda, aliás, ser chamada de guerreira. Eu estou aqui trabalhando, tenho que me esforçar o dobro, o triplo para poder conseguir vitórias na minha carreira. E a gente não pode dizer: "Olha, a Bibiana conseguiu, todo mundo que tem o mesmo perfil vai conseguir". Primeiro porque nem todo mundo tem a mesma aspiração. Segundo porque cada um tem suas próprias lutas, sua própria história. Na verdade, as pessoas precisam de oportunidades, e não de precisar trabalhar duro como a Bibiana para que elas consigam ser alguém na vida. É preciso menos mulheres como eu que dão duro, porque isso tem aos montes, e mais pessoas que dão oportunidades.

Qual a importância, para meninas negras no Brasil, de você ter chegado onde chegou?

Sei que tenho uma responsabilidade muito grande em continuar inspirando essas pessoas, em ser um modelo. Um dos meus sonhos é um dia ter uma organização para que eu possa capacitar meninas para serem líderes e oferecer a elas aulas, mentoria, para elas se espelharem não só no meu trabalho, mas no de outras mulheres também, negras ou não. Para elas verem que, sim, é possível. Quero continuar inspirando principalmente meninas negras, meninas que não tiveram uma estrutura familiar, que não tiveram exemplos, para que elas vejam que é possível galgar uma carreira profissional dentro de grandes empresas.

Acho que faço um trabalho também dentro da empresa de tentar conscientizar outros gerentes com relação a isso. Antes eu era calada, mas hoje, nas reuniões, eu falo, trago essa questão, questiono, pergunto por que está sendo feito daquele jeito, por que não está tendo inclusão, por que a gente não está criando oportunidades para outras pessoas. Minha responsabilidade também é de usar o meu lugar na mesa para trazer esses questionamentos.

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