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Sabrina Sato está 'viciada' em vibrador: é possível? Sexólogas explicam

Apresentadora disse que tem mais de 40 sex toys Imagem: Reprodução/GNT

De Universa, em São Paulo

21/07/2022 13h38

A apresentadora Sabrina Sato, 41 anos, brincou que está viciada em vibradores. A declaração foi dada nesta quarta-feira (20) no programa "Saia Justa", do canal GNT.

A apresentadora disse que tem por volta de uns 40 vibradores. "Tenho vários... Vou me desfazendo, doando os usados. Dou de presente e ganho também. Eu adoro, sou praticamente viciada em vibradores", disse Sato, que afirmou ainda que trouxe uma mala só de sex toys de uma viagem ao Japão.

Universa entrou em contato com sexólogas para sanar essa dúvida: é possível, de fato, ser viciada em vibradores?

Segundo a psicóloga Michelle Sampaio, especialista em Sexualidade Humana pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), é possível viciar-se em masturbação —seja com o uso de sex toys ou não.

"Percebemos que isso está se tornando um vício quando há algum prejuízo funcional. Ou seja, quando percebo que estou me masturbando ou usando o vibrador muitas vezes ao dia, a ponto de me atrapalhar num horário; quando deixo de fazer programas sociais, por exemplo, sair com amigos ou até com uma parceria. Tudo o que se torna excessivo pode ser caracterizado como vício: cigarro, álcool, comida, compras e masturbação com vibrador também", diz a especialista.

"Quando a gente está na vivência do prazer, ou seja, no gozo, aquilo está tão gostoso que claramente a gente quer de novo. E, por isso, a gente fica usando repetidas vezes", completa.

Michelle destaca os benefícios trazidos pela popularização do brinquedo sexual, como o melhor conhecimento do corpo. "Muitas vezes temos até a recomendação do uso, como em relação à gestação. Na verdade, não é o vibrador em si, mas a masturbação, que aumenta o fluxo sanguíneo na região pélvica e deixa a musculatura mais irrigada. E uma musculatura mais irrigada é mais elástica, mais saudável."

A sexóloga também fala sobre a preferência por determinado tipo de vibrador.

"Não tem um modelo que vicie mais. O que acontece é que às vezes nos acostumamos com aquele tipo de vibração para chegar ao orgasmo e às vezes chegamos a um orgasmo mais facilmente com o uso do vibrador. Algumas mulheres relatam que quando fazem sexo ou quando tentam se tocar usando a própria mão acabam tendo alguma dificuldade ou uma demora maior para obter o orgasmo. Em alguns casos específicos, isso pode ser problemático."

A sexóloga Jéssica Siqueira, da Plataforma Sexo sem Dúvida, relata que, nos consultórios, costuma receber mais pacientes com vício em pornografia do que em sex toys.

"Para saber se o uso está sendo saudável, a gente vai partir da lógica dos outros vícios que, dentro da psicologia, a gente enxerga como algo que está trazendo algum comprometimento à vida daquela pessoa: se está atrapalhando o trabalho, os relacionamentos, a relação com ela mesma; se está trazendo algum nível de adoecimento e de comprometimento dessa qualidade de vida", diz.

"Ou seja, o uso de vibradores poderia passar por um nível não saudável quando começa a acontecer isso", explica. "Mas não é tão frequente quanto, por exemplo, o vício em pornografia. E quando este vício está ligado a alguma questão sexual, não podemos associar somente ao objeto, porque ele vem de hormônios que são liberados diante daquele estímulo", afirma a sexóloga.

"Por exemplo, a pessoa que é viciada em droga é viciada no efeito que aquela droga causa no corpo dela. E possivelmente as mulheres que se viciam em vibrador o fazem justamente pelo efeito que o seu uso pode causar: a liberação de serotonina e dopamina."

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