Zeladora negra é obrigada a usar desodorante e sofre ofensas racistas no MT
Da Universa
05/07/2018 12h03
Uma zeladora de 33 anos sofreu assédio moral e racismo de sua patroa, que as obrigou a passar desodorante e a chamou de "preta fedida".
O caso aconteceu na última segunda-feira (3), na cidade de Sinop, a 500 quilômetros de Cuiabá (MT). De acordo com o jornal local "O Livre", a vítima ouviu uma série de xingamentos e chegou a ser agredida enquanto trabalhava.
Veja também:
- Weinstein é denunciado por estupro (de novo) e pode pegar perpétua
- Madrasta alisa cabelo de menina sem "ok" da mãe: "Chorei com ela"
- MPF denuncia cárcere privado de empregada doméstica no Rio de Janeiro
Tudo começou quando a patroa chamou a zeladora para conversar em uma sala reservada e a entregou o desodorante, pedindo que passasse na sua frente.
Quando perguntou se estava fedendo, a funcionária ouviu a chefe dizer que "ainda não", mas que pessoas de "tom preto" não cheiram bem.
“Na hora me senti desconfortável, mas peguei o produto e comecei a passar. Ela não ficou satisfeita, tomou o desodorante da minha mão e esfregou no meu corpo com muita força", disse a vítima, ao "O Livre". "Ela machucou minha pele e minha dignidade".
De acordo com a zeladora, a patroa ainda proferiu uma série de xingamentos e ofensas antes de liberá-la para voltar ao trabalho.
O caso foi denunciado como crime de racismo na delegacia da cidade e a agressora deve ser enquadrada em crime de injúria racial.