Gucci faz desfile controverso inspirado pela morte em cemitério na França
da Universa, em São Paulo
31/05/2018 11h57
Depois de apresentar sua coleção de inverno 2018 em um hospital robótico, a Gucci transformou mais um de seus desfiles — o da coleção Cruise 2019 que aconteceu nesta quarta (30) — em um espetáculo visualmente potente e conceitualmente difícil de ser ignorado.
A inspiração do fashion show foram os rituais e o universo da morte, além de suas representações ao longo da história.
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Como pano de fundo para a coleção, o diretor criativo Alessandro Michele escolheu a cidade francesa de Alyscamps, uma antiga necrópole romana que se tornou cemitério católico a partir do século 4.
Alyscamps ainda conversa com outra provável referência de Michele: o pintor Vincent Van Gogh, que chegou a viver na cidade no século 19.
A passarela criada no meio das ruínas com uma igreja de fundo estava, literalmente, em chamas enquanto as modelos traziam, em ritmo de procissão de um funeral, o já visto mix de logos contemporâneos com peças de iconografia retrô e finalização rebuscada.
A estética gótica da noite foi vista não só na caracterização e beleza — pálida, remetendo às heroínas do romantismo de Baudelaire — como nas criações estruturadas, com crucifixos, babados e tons escuros.
Estampas florais, tecidos nobres como a seda e a renda, bordados e máxi acessórios: todos eles ganharam nuances de morbidez.
Após a exibição, o cantor Elton John comandou a trilha sonora da festa promovida pela grife de luxo e brincou com os presentes de que "ele deveria ser Lana del Rey".
A cantora é uma amiga fiel e colaboradora constante de Alessandro Michele que, aliás, também se identifica e conversa com este universo mais sombrio. Veja mais detalhes na galeria.