Menino recebe apoio da família após se descobrir transgênero aos 10 anos
Do UOL, em São Paulo
30/05/2016 17h29
Foi assistindo ao documentário “My Transsexual Summer” (meu verão transexual, em tradução livre do inglês) na TV que o garoto Laine Gratton percebeu que era, na verdade, uma menina, quando tinha apenas dez anos e cursava o quinto ano do ensino fundamental em Uxbridge, norte de Londres. As informações são do jornal britânico “Daily Mail”.
Inseguro com a descoberta, ele manteve o segredo por três anos e, aos 13, decidiu se assumir para a mãe, Priscilla, 46, que, para sua surpresa, não só aceitou, como disse que já sabia e só estava esperando que ele percebesse sua transexualidade.
Seu pai, Paul, 49, também mostrou-se compreensivo e apoiou o filho, levando-o ao shopping para que pudesse comprar roupas e maquiagem para se arrumar de acordo com a nova identidade. Laine hoje é Danielle Lloyd e tem 16 anos.
À reportagem, Danielle afirmou ter ficado surpresa com o apoio recebido dos pais. “Estava com medo de contar a eles, mas saber que me aceitam como sou de verdade tornou a transição muito mais fácil.”
Danielle conta que, quando criança, nunca entendeu a diferença entre meninos e meninas e gostava de brincar tanto com bonecas quanto com carrinhos.
Mas, na escola, aos dez anos, quando viu a turma ser separada por sexo ficou confusa. Ela sabia que não era apenas um menino afeminado e que seu sentimento de inadequação não era somente uma fase. “Eu me sentia presa no meu próprio corpo.”
Após descobrir-se transgênero, ela conta ter sentido alívio por finalmente entender seus sentimentos.
Assim que conseguiu mudar de nome, Danielle começou sua transição na clínica de identidade de gênero da Fundação Tavistock e Portman, órgão ligado ao sistema público de saúde britânico.
Seu guarda-roupa ganhou peças mais coloridas, entre as quais vestidos e saias.
Apesar do apoio da família, ela não ficou livre de sofrer bullying na escola.
Mesmo assim, ela afirma que nunca foi tão feliz e que hoje se sente uma garota de sorte por ter pais tão compreensivos.