Pesquisa liga pré-eclâmpsia a defeitos cardíacos em recém-nascidos
Sindya N. Bhanoo
The New York Times
04/11/2015 16h46
A pré-eclâmpsia, complicação frequente da gravidez caracterizada por pressão alta e proteína na urina, está associada ao risco acentuado de defeitos cardíacos em recém-nascidos, constatou um grande estudo.
Pesquisadores canadenses analisaram registros de todos os nascidos vivos em hospitais de Quebec, no Canadá, de 1989 a 2012, em um total de 1.942.072 recém-nascidos. Publicado no periódico "JAMA", o estudo achou um predomínio geral de defeitos cardíacos de 8,9 a cada mil nascimentos.
Contudo, o índice entre mulheres com pré-eclâmpsia era de 16,7 por mil. Defeitos no septo, a membrana que separa as câmaras cardíacas, eram os mais comuns, mas todas as partes do coração estavam afetadas –a aorta, a artéria pulmonar, válvulas e ventrículos. A associação estava presente até mesmo após o controle da idade da mãe, hipertensão pré-existente, uso de tabaco, diabetes e obesidade, entre outros.
Por definição, a pré-eclâmpsia só é diagnosticada após 20 semanas de gravidez, mas os pesquisadores sustentam que ela e os defeitos cardíacos provavelmente compartilham fatores de risco em comum, que começam anteriormente.
A principal autora, Nathalie Auger, do Centro de Pesquisa Hospitalar da Universidade de Montreal, Canadá, disse que a obesidade é um fator de risco para a pré-eclâmpsia, mas que atualmente não existe como impedir o problema nem os defeitos cardíacos.
"Contudo, os defeitos cardíacos são raros, e a maioria das mulheres com pré-eclâmpsia terá filhos com corações normais", ela explicou.