Aos 13 anos, Luiza começou a fazer aula de canto. Formou suas primeiras bandas em Higienópolis, bairro da região central de São Paulo, onde morava, participou de festivais e concursos. E foi em um deles que uma produtora do "Programa do Jô" a assistiu pela primeira vez e a convidou para ir à atração com Zizi, que tinha uma data marcada.
"As pessoas acham que eu estava em casa, assistindo televisão e aí achei legal ser cantora e falei: 'mãe, vem aqui, descola para mim'. E, puts, não foi. Carreguei muita caixa de som no metrô para tocar na casa dos meus amigos, ensaiar."
Luiza diz que não percebeu que passaria por comparações em relação a Zizi. A ficha só caiu no dia que foi na "Hebe", programa que a lançou na televisão. "Atendi ao telefone e uma jornalista perguntou: como é a comparação para você? E aí eu pensei: ferrou! Vai ter isso".
São quase 30 anos que separam Luiza e Zizi, décadas que fizeram a música mudar e geraram mulheres, cantoras diferentes, mas isso não incomoda a mais nova. Para ela, o problema é perceber que, por mais sucesso que faça, "tudo passa pelo crivo de ser filho de alguém".
"Se você vai para um escritório de advocacia e está com uma advogada que é filha e neta da advogada fulana de tal, essa pessoa tem um grande crédito. Se você vai para um médico, que é novo, mas é filho de um outro médico, ele também ganha um respaldo. Na minha profissão, no meio artístico, eu sinto que isso se torna pejorativo, até que você prove o contrário, e eu já provei há muito tempo."