O IPT existe há 119 anos e só neste ano uma mulher foi eleita como diretora-presidente. Como seu nome foi escolhido?
O Conselho de Administração do IPT apresenta uma lista tríplice de diretores para o governador do Estado e ele escolhe entre os três nomes quem vai dirigir o instituto. As sugestões neste ano eram todas de homens. Meu nome não estava na lista. Mesmo assim, o Palácio dos Bandeirantes me propôs assumir o cargo. Foi um grande reconhecimento. Me provou que não preciso fazer nada para subir na carreira, a não ser trabalhar muito. Acho que um dos grandes motivos pelos quais fui escolhida é que, em 2006, quando era a diretora do Laboratório de Corrosão do IPT, consegui ampliá-lo muito e fazer dele uma referência mundial.
De 40 metros quadrados, aumentamos o laboratório para 6 mil metros quadrados.
Qual a importância do Laboratório de Corrosão do IPT?
O laboratório é uma referência internacional. Trabalhei por mais de quarenta anos ali. Nesses últimos, ajudamos a produzir normas técnicas da área que são seguidas no mundo todo. Estudamos e oferecemos consultoria a empresas sobre como evitar a corrosão de metais. Até a ampliação, nossos clientes eram siderúrgicas, fábricas de caldeiras, de implantes ortopédicos e de telhas de alumínios. Depois que reformamos, nossos clientes são grandes, tipo a Petrobras, com quem eu falo diariamente.
Trabalhei muito para trazer a Petrobras. Quando chefiava o laboratório, escrevi cartas a um pesquisador da empresa, todos os meses, durante três anos, pedindo que eles fossem nossos parceiros. Em 2006, recebemos deles um investimento de R$17 milhões. Mesmo com as crises todas, até hoje, nenhum investimento foi cortado.
Na sua área, quais as vantagens que uma chefe mulher leva?
As mulheres costumam perceber mais rápido coisas pequenas - que, às vezes, passam despercebidas pelos homens. Com isso, se sobressaem em uma área majoritariamente masculina.