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"Não existe leite mais forte ou mais fraco", diz pediatra

Tatiana Pronin<br>Editora do UOL Ciência e Saúde

01/08/2009 07h00

Há cerca de 30 anos, mamães de primeira viagem recebiam a orientação de oferecer a mamadeira com suco para o bebê já com 30 dias. Aos dois meses, era hora de dar a papinha de frutas e, aos quatro meses, a criança já ganhava almoço e jantar.

Com todo o conhecimento que se tem hoje sobre os benefícios da amamentação, esse passado recente soa quase como heresia. Cada vez mais estudos indicam que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade reforça o sistema imunológico da criança e previne doenças como diarreia, pneumonia, obesidade, alergias e diabetes.

Como a mudança de orientação é recente, é natural que as mães ouçam conselhos do tipo "só o seu leite não vai matar a sede e a fome do bebê". Mas a afirmação é um mito. "O leite materno fornece à criança todos os nutrientes necessários, em quantidades suficientes, na proporção e biodisponibilidade adequadas. Nem a mais e nem a menos", garante o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Ele lembra que, para garantir uma amamentação tranquila, é importante buscar orientações antes mesmo do nascimento do bebê. "Algumas mulheres têm o bico do seio invertido e o médico pode ensinar alguns exercícios para corrigir o problema até que o filho chegue", diz.

Além disso, ele sugere que a família programe com antecedência a rotina da casa de modo que a mãe fique livre de responsabilidades que a impeçam de amamentar nos horários indicados.

Chencinski afirma que o receio de que o leite materno "seja fraco" é comum entre as mães, mas a ideia não tem fundamento. O que pode acontecer, segundo o médico, é haver pouca quantidade de leite, o que pode ser contornado com estimulação adequada, hidratação e alimentação equilibradas e, eventualmente, uso de medicamentos.

A enfermeira Márcia Regina da Silva, coordenadora do Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno do Hospital São Luiz, comenta que o início da amamentação e a hora de voltar ao trabalho são os dois momentos mais difíceis para a mãe. "É preciso ter consciência de que são fases complicadas, mesmo, e não achar que é falta de competência", aconselha.

O mais importante, ela diz, é que a mulher busque a orientação de um médico ou dos grupos de apoio ao aleitamento sempre que tiver algum problema, como leite empedrado ou fissuras no bico do seio. "A tendência é sempre tentar a receita de alguém primeiro, o que faz com que muitas mães acabem buscando ajuda especializada muito tarde, quando o bebê já está perto do desmame", conta.
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