Cientistas peruanos estudam possibilidade de cultivar batatas em Marte
María Clara Montoya.
Lima, 23 jan (EFE).- Cientistas do Centro Internacional da Batata (CIP, na sigla em espanhol) no Peru lideram um projeto, ainda em testes, que explora a possibilidade de cultivar o tubérculo em Marte.
Cinco cientistas do CIP trabalham na iniciativa há um mês, graças à proposta do pesquisador Julio Valdivia, que está realizando estudos para Nasa (agência especial americana) e descobriu que o solo de um local em Arequipa, no sul do país, é muito similar ao de Marte.
O biólogo David Ramírez, um dos integrantes do projeto, disse à Agência Efe que terreno similar ao marciano fica no deserto do distrito de La Joya, a 50 quilômetros de Arequipa. Assim como Marte, a região tem solo pobre, seco e com alta concentração de sal.
Além das semelhanças, o projeto ganha força porque o Peru é o primeiro produtor de batata da América Latina com 4,7 milhões de toneladas anuais. O tubérculo também o mais representativo da agricultura peruana.
O Peru tem mais de quatro mil variedades nativas catalogadas. O CIP abriga em suas instalações o complexo da biodiversidade, que armazena 4.500 variedades de batata e sete mil de batata-doce, constituindo assim a maior coleção do tipo no mundo.
O principal virologista do CIP, Jan Kreuze, explicou que já foram identificados genótipos para serem testados, "variações melhoradas" da batata. O primeiro passo será plantar essas sementes em ambientes controlados para acompanhar seu crescimento. Os pesquisadores procuram variedades que sejam "tolerantes a ondas de calor, frio e seca".
O projeto é financiado por uma pessoa que quer se manter no anonimato, mas a Nasa está fornecendo apoio logístico à CIP, auxiliando no design de estufas que simulam as condições de Marte.
"Há duas abordagens, trazer amostras de solo do deserto ao CIP e também cultivar batata lá e ver como ela se comporta", declarou Kreuze, que acredita que irá encontrar uma variedade que seja cultivável em Marte.
Desde o início do contato dos europeus com os incas no século XVI, a batata peruana chegou à Espanha. Seu consumo se estendeu na Europa e ajudou a controlar crises de fome na região.
Os pesquisadores do projeto querem "aprender porque isso pode nos servir para cultivar também em locais extremos da Terra", explicou o principal virologista do CIP.
A batata se adapta aos locais onde a água é escassa e a mão-de-obra é abundante, proporcionando um valor nutritivo, mais rápido, em menor espaço e em condições mais difíceis. Ela é também o quarto alimento básico do mundo, depois do milho, trigo e arroz, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
No filme "Perdido em Marte", de Ridley Scott, o protagonista, Matt Damon, consegue cultivar batatas em Marte. Graças a desafio do CIP, pode ser que essa cena saia da ficção e vire realidade.
Lima, 23 jan (EFE).- Cientistas do Centro Internacional da Batata (CIP, na sigla em espanhol) no Peru lideram um projeto, ainda em testes, que explora a possibilidade de cultivar o tubérculo em Marte.
Cinco cientistas do CIP trabalham na iniciativa há um mês, graças à proposta do pesquisador Julio Valdivia, que está realizando estudos para Nasa (agência especial americana) e descobriu que o solo de um local em Arequipa, no sul do país, é muito similar ao de Marte.
O biólogo David Ramírez, um dos integrantes do projeto, disse à Agência Efe que terreno similar ao marciano fica no deserto do distrito de La Joya, a 50 quilômetros de Arequipa. Assim como Marte, a região tem solo pobre, seco e com alta concentração de sal.
Além das semelhanças, o projeto ganha força porque o Peru é o primeiro produtor de batata da América Latina com 4,7 milhões de toneladas anuais. O tubérculo também o mais representativo da agricultura peruana.
O Peru tem mais de quatro mil variedades nativas catalogadas. O CIP abriga em suas instalações o complexo da biodiversidade, que armazena 4.500 variedades de batata e sete mil de batata-doce, constituindo assim a maior coleção do tipo no mundo.
O principal virologista do CIP, Jan Kreuze, explicou que já foram identificados genótipos para serem testados, "variações melhoradas" da batata. O primeiro passo será plantar essas sementes em ambientes controlados para acompanhar seu crescimento. Os pesquisadores procuram variedades que sejam "tolerantes a ondas de calor, frio e seca".
O projeto é financiado por uma pessoa que quer se manter no anonimato, mas a Nasa está fornecendo apoio logístico à CIP, auxiliando no design de estufas que simulam as condições de Marte.
"Há duas abordagens, trazer amostras de solo do deserto ao CIP e também cultivar batata lá e ver como ela se comporta", declarou Kreuze, que acredita que irá encontrar uma variedade que seja cultivável em Marte.
Desde o início do contato dos europeus com os incas no século XVI, a batata peruana chegou à Espanha. Seu consumo se estendeu na Europa e ajudou a controlar crises de fome na região.
Os pesquisadores do projeto querem "aprender porque isso pode nos servir para cultivar também em locais extremos da Terra", explicou o principal virologista do CIP.
A batata se adapta aos locais onde a água é escassa e a mão-de-obra é abundante, proporcionando um valor nutritivo, mais rápido, em menor espaço e em condições mais difíceis. Ela é também o quarto alimento básico do mundo, depois do milho, trigo e arroz, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
No filme "Perdido em Marte", de Ridley Scott, o protagonista, Matt Damon, consegue cultivar batatas em Marte. Graças a desafio do CIP, pode ser que essa cena saia da ficção e vire realidade.
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