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Inundações no Paquistão afetam 3,2 mi de pessoas, diz ONU

03/08/2010 08h52

Genebra, 3 ago (EFE).- As recentes inundações no Paquistão, as piores dos últimos 80 anos, já afetaram 3,2 milhões de pessoas, segundo números governamentais recolhidos pela ONU.

"Destes 3,2 milhões de afetados, 1,4 milhão são crianças", disse hoje em Genebra o porta-voz da Unicef, Marco Jimenez Rodriguez, que afirmou que o número de 2,5 milhões de desabrigados pelas inundações estimada ontem pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) só incluía dados do noroeste do país.

"Esta área continua sendo a mais atingida pelas fortes chuvas e os deslizamentos de terra".

As piores inundações no Paquistão desde 1929 causaram, até o momento, mais de 1,2 mil mortos, número que poderá crescer devido às dificuldades para chegar às áreas mais remotas e devastadas, segundo o escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha).

A zona mais afetada, Khyber-Pakhtunkhwa, ao noroeste do Paquistão, registra 800 falecidos e mais de 100 desaparecidos, número que Ocha teme que aumente porque os serviços de comunicação não foram restabelecidos nessa região.

Um dos principais temores da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a propagação de doenças relacionadas à contaminação da água, como a diarreia aguda, e as afecções respiratórias.

"Ainda não foi registrado nenhum caso de cólera, mas estamos em alerta porque isso poderá ocorrer", disse Fadela Chaib, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os principais esforços da OMS, segundo Chaib, radicam em coordenar as ajudas para frear a eclosão de doenças e distribuir os remédios necessários.

Rodriguez, por sua vez, destacou que "água potável, produtos sanitários básicos, alimentos energéticos, roupas para mulheres e crianças e vacinas são de extrema necessidade".

As inundações destruíram estradas e pontes, deixando áreas isoladas e hospitais desamparados, uma situação "insustentável", como aponta esta agência da ONU, para milhares de famílias que, após terem perdido seus lares, agora estão acampadas em escolas e em outros locais.

"Também se perdeu muito gado e terras de cultivo ficaram inundadas", acrescentou Jimenez, que pediu às agências da ONU e às ONGs que realizem uma operação de ajuda humanitária no longo prazo.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) tem como objetivo levar assistência aos 250 mil deslocados. Até agora já conseguiram distribuir 10 mil tendas de campanha, informou hoje a porta-voz, Melissa Fleming.

"Aqueles que sobreviveram seguem expostos a um grande risco", afirmou Fleming, já que agosto é o tradicional mês tradicional das monções, chuvas torrenciais que poderiam piorar ainda mais a situação.

"Os paquistaneses desta região foram generosos durante anos ao acolher mais de 1 milhão de refugiados afegãos". Agora, lembrou, é o "momento de a comunidade internacional devolver a mesma solidariedade que eles ofereceram".

Esta mesma mensagem foi impulsionada ontem pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que autorizou o desembolso de uma ajuda de US$ 10 milhões suplementares ao Paquistão para os afetados pelas inundações dos últimos dias.

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