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Frio polar deixa ao menos 80 mortos em 5 países do Cone Sul

19/07/2010 16h14

Buenos Aires, 19 jul (EFE) - A onda de frio polar que se estende pelo Cone Sul, inclusive por zonas subtropicais, deixou até agora ao menos 80 mortos em cinco países da região, tanto por hipotermia como por intoxicação com gases devido ao uso de sistemas de calefação defeituosos.

Além disso, o frio foi responsável pela morte de gado em áreas brasileiras vizinhas ao Paraguai, a declaração de uma emergência agrícola no sul do Chile e o cancelamento ou suspensão de dezenas de voos regionais no aeroporto "Jorge Newbery" de Buenos Aires.

Na Argentina, o número de mortos por hipotermia chegou a 11, depois que foi registrado o falecimento de um bebê e de um idoso na cidade de La Rioja (noroeste) no domingo.

Desde o começo do inverno, outras 33 pessoas morreram na Argentina por intoxicação com monóxido de carbono e uso de artefatos ou instalações de calefação defeituosas.

Na Bolívia, a onda de frio já deixou 18 mortos, a metade deles habitantes da cidade de El Alto, vizinha a La Paz.

As baixas temperaturas afetaram especialmente as regiões do leste boliviano, de clima subtropical quente, onde foram registradas as últimas mortes no domingo: duas no departamento de Santa Cruz e outra em Tarija, na fronteira com a Argentina.

Em Santa Cruz foram contabilizados seis mortos no total, todos indigentes, enquanto no departamento de Cochabamba morreram dois bebês, um abandonado e o outro junto a seus pais, com os quais vivia nas ruas da cidade.

O Ministério da Educação da Bolívia suspendeu as aulas até quarta-feira para prevenir a proliferação de gripe e de outras doenças entre os estudantes, enquanto o serviço meteorológico anunciou que a onda de frio no país deve se prolongar até agosto, em períodos cíclicos de frentes frias.

No Brasil, pelo menos nove pessoas, a maioria "sem-teto", morreram no sul do país em consequência da onda de frio que reduziu as temperaturas a níveis mais baixos que o normal em várias cidades, inclusive em algumas localidades da Amazônia.

Na semana passada os termômetros chegaram a marcar -7,8 graus em Urupema (SC), na fronteira com a Argentina, a menor temperatura registrada no Brasil esse ano.

Em Vilhena (PA), a temperatura caiu para 7,6 graus no sábado, o menor registro desde 1994.

No Chile, a onda de frio polar deixou dois mortos em Santiago, onde as temperaturas caíram para -2 graus, enquanto o sul do país sofre uma situação crítica, com centenas de habitantes isolados pelas nevascas.

Na região sul de Aysén, a 1,6 mil quilômetros da capital chilena, onde as temperaturas mínimas oscilaram entre -10 e -15 graus, há povoações isoladas e milhares de cabeças de gado e de ovelhas em perigo pela falta de comida.

As autoridades declararam estado de emergência agrícola em várias localidades da região, onde também houve cortes de provisões elétricas e se fechou durante alguns dias o principal aeroporto da área, em Balmaceda.

Enquanto isso, a Polícia do Paraguai informou hoje da morte por hipotermia de um homem de 80 anos, morador de Itá, localidade vizinha a Assunção, passando para cinco o número de mortos pela onda de frio que afeta ao país há mais de uma semana.

Essa situação obrigou as autoridades a habilitar albergues e recolher os moradores de rua de Assunção e dos municípios vizinhos.

Até agora foram reportados dois mortos pelas baixas temperaturas no Uruguai, onde a temperatura caiu para -5 graus em regiões do centro e leste do país.

Nas últimas semanas 104 pessoas morreram por pneumonias e doenças respiratórias no Peru, resultado do frio e do atendimento médico deficiente, segundo informações que não permitem precisar quantas vítimas correspondem a casos de hipotermia.

As mortes por baixas temperaturas são frequentes no país, onde inclusive existe uma palavra - "friaje"- para chamar o frio extremo registrado a cada ano na estação seca desta nação andins.

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