Topo

Nebulosas e galáxias: primeiras imagens do telescópio Euclid são de tirar o fôlego

Imagem captada pelo telescópio Euclides da Nebulosa Cabeça de Cavalo, também conhecida como Barnard 33 - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por  J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi
Imagem captada pelo telescópio Euclides da Nebulosa Cabeça de Cavalo, também conhecida como Barnard 33 Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

Zulfikar Abbany

07/11/2023 12h52Atualizada em 08/11/2023 11h41

A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou nesta terça-feira (07/11) as primeiras imagens enviadas pelo telescópio espacial Euclid. As fotografias foram reveladas três meses após o lançamento da missão que irá explorar a composição e a evolução de fenômenos cósmicos conhecidos como energia escura e matéria escura.

As nítidas imagens prometem um nível de detalhe que o telescópio James Webb, da Nasa, não consegue oferecer. "O Euclid é o primeiro a capturar toda a galáxia e seus arredores em alta resolução em cerca de uma hora, algo não seria possível com telescópio que estão na Terra e nem com o Webb", disse a ESA.

Essa missão europeia é composta por mais de 2.000 cientistas e possui colaborações da Nasa e de mais de 300 instituições científicas de 13 países europeus, dos Estados Unidos, Canadá e Japão.

Confira as primeiras imagens do universo feitas pelo telescópio Euclid:

A Nebulosa Cabeça de Cavalo

Conhecida também como Barnard 33, a Nebulosa Cabeça de Cavalo faz parte da constelação de Orion. Cientistas esperam descobrir jovens planetas nunca vistos antes e estrelas bebês nessa imagem panorâmica.

Nos próximos seis anos, o Euclid pretende criar um mapa tridimensional do universo para ajudar os cientistas a explicar duas das forças mais fundamentais da natureza que estão cercadas de mistérios: a matéria escura e a energia escura.

Ambas constituem 95% do espaço, mas a humanidade ainda não entendeu completamente o que elas são e como elas se comportam.

"Euclid dará um salto na nossa compreensão do cosmo como um todo e essas imagens primorosas mostram que essa missão está pronta para ajudar a esclarecer um dos maiores mistérios da física moderna", destaca a diretora de ciência da ESA, Carole Mundell.

O aglomerado de galáxias de Perseu

A ESA descreveu essa imagem com uma "revolução para a astronomia". A fotografia mostra 1.000 galáxias do aglomerado de Perseu, além de 100 mil galáxias ao fundo.

Aglomerado de galáxias de Perseu - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, processamento de imagem por  J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, processamento de imagem por  J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi
Aglomerado de galáxias de Perseu
Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, processamento de imagem por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

Galáxia espiral IC 342

Essa é a primeira dos bilhões de galáxias que Euclid buscará identificar ao longo da sua vida operacional. Chamada de IC 342 ou Caldwell 5, essa grande estrutura é conhecida como a Galáxia Oculta.

Espera-se que o telescópio da ESA revele a "influência invisível" que a matéria escura e a energia escura exercem em galáxias como essa.

A galáxia espiral IC 342 - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi
A galáxia espiral IC 342
Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

O conceito de matéria escura e energia escura é de difícil compreensão. Nenhuma dessas forças afetam diretamente nossa vida cotidiana. Segundo a ESA, a matéria escura pode ser "ignorada segura e completamente" porque raramente interage com a matéria normal, e a energia escura só foi detectada a 100 milhões de anos-luz.

Os cientistas, porém, acreditam que a matéria escura e a energia escura desempenharam um papel importante na evolução do universo.

Galáxia irregular NGC 6822

Localizada a 1,6 milhão de anos-luz da Terra, a galáxia NGC 6822 é considerada relativamente próxima.

Galáxia irregular NGC 6822 - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi
Galáxia irregular NGC 6822
Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

Aglomerado globular NGC 6397

Euclid é o único telescópio operacional que consegue capturar em apenas uma imagem um aglomerado globular por inteiro, como o NGC 6397. Aglomerados globulares são conjuntos de centenas de milhares de estrelas que são mantidas juntas pela ação da gravidade.

Aglomerado globular NGC 6397 - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi - ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi
Aglomerado globular NGC 6397
Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, imagem processada por J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

O telescópio Euclid deve explorar um terço do universo nos próximos seis anos. A missão divulgará anualmente um banco de dados.

Autor: Zulfikar Abbany