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Cientista que clonou células-tronco embrionárias admite erros

Imagens iguais foram usadas para identificar células-tronco distintas no estudo de Shoukhrat Mitalipov, da Universidade da Saúde e da Ciência do Oregon, dos Estados Unidos. A rede PubPeer publicou comentário de que a foto 2F é um recorte da 6D, que, por sua vez, é igual a S5 Imagem: Cell

Em Washington

23/05/2013 19h22

O principal autor da pesquisa que anunciou a criação, pela primeira vez, de células-tronco embrionárias por clonagem, na semana passada, admitiu nesta quarta-feira (22) em artigo na revista britânica Nature que seu estudo contém erros, embora tenha afirmado que os resultados não foram alterados.

Shoukhrat Mitalipov, da Universidade da Saúde e da Ciência do Oregon (Oregon Health and Science University, noroeste dos EUA), revelou em pesquisa publicada em 15 de maio na revista Cell que a partir da técnica da clonagem é possível criar células-tronco embrionárias humanas, geneticamente idênticas às da pessoa de quem procedem.

Mitalipov admitiu nesta quarta-feira haver inexatidões no trabalho, cujos dados foram montados às pressas para publicar o estudo, aceito pela revista Cell apenas três dias depois de apresentado.

"Os resultados são exatos, as linhagens de células-tronco embrionárias existem", disse Mitalipov.

Comentários anônimos publicados no site científico na internet PubPeer reportaram estes erros nas ilustrações e imagens usadas no estudo.

Mitalipov disse ter falado com seu colega de equipe, Masahito Tachibana, que compilou os dados. Este confirmou que o estudo continha alguns erros.

Os cientistas também disseram que entrarão em contato com a revista Cell para preparar uma correção.

Martin Pera, especialista em células-tronco da Universidade de Melbourne, na Austrália, lamentou no artigo da Nature que os cientistas haviam usado a mesma imagem para ilustrar duas propriedades diferentes entre as células-tronco de um embrião humano e as produzidas por clonagem.

"As explicações dadas pelos autores do estudo são plausíveis, mas é preciso esperar os resultados de uma pesquisa a fundo", concluiu.

Para Robin Lovell Badgen, que chefia o Departamento de Genética do Instituto Nacional de Pesquisa Médica, em Londres, estes erros são o resultado da pressa em publicar o estudo.

"Devem dar a eles a oportunidade de explicar e corrigir os erros", destacou a Nature.

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