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Galaxy Z Fold 4 é mais prático, potente e gigante; mas serve para quem?

Galaxy Z Fold 4 Imagem: Guilherme Tagiaroli/Tilt

Guilherme Tagiaroli

De Tilt, em São Paulo

14/09/2022 04h00

"Você compraria o Galaxy Z Fold 4?". Essa foi uma das perguntas que mais ouvi ao utilizar o celular com tela dobrável da Samsung. A resposta simples para a questão é: não.

Isso quer dizer que ele é ruim? De jeito nenhum. As câmeras do Z Fold 4 são ótimas, a tela é impressionantemente grande e com alto nível de brilho. Sem contar o desempenho do smartphone, que tem um processador surreal de bom.

O fato é que não é um telefone para mim — não só pela questão financeira (ele custa quase R$ 13 mil) —, mas por ele ser gigante. E é justamente esta característica que pode atrair diferentes públicos para ele.

Pessoalmente, prefiro telefones menores — como o Z Flip 4. No entanto, há que se reconhecer que a categoria de celulares dobráveis gigantes chegou para ficar, ainda que não seja para todos (ainda).

De cara, dá para afirmar que é um ótimo celular para:

  • quem faz múltiplas tarefas simultâneas (bom para participar de uma reunião no Zoom e checar uma apresentação simultaneamente);
  • editores de foto e vídeo (usar o Adobe Lightroom ou mesmo o Premiere é uma beleza com uma tela gigante);
  • artistas (que procuram uma "superfície" para desenhar/rascunhar);
  • ou até mesmo gamers com grana de sobra.

Abaixo, descrevo como foi minha experiência utilizando-o por pouco mais de uma semana:

Galaxy Z Fold 4

Preço

R$ 12.799 R$ 11.199 (Amazon - 19/12/2022) Comprar
TILT
4,3 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

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Pontos Positivos

  • Tela é impressionante de bonita e grande
  • Boa capacidade de bateria
  • Tela externa maior permite agilizar funções sem precisar abri-lo
  • Ótimas câmeras (dá para tirar selfie com sensores principais)
  • Desempenho top de linha

Pontos Negativos

  • É muito grande e espesso -- ruim de carregar no bolso da calça
  • Digitar com o telefone aberto é uma tarefa desajeitada
  • App do Instagram não é adaptado para a telona, diferentemente de outros apps como TikTok e Spotify

Veredito

O Galaxy Z Fold 4 é um celular único. Isso é fato. Mas ele foi feito para um público mais específico, como quem usa o celular para fins profissionais e/ou gente com muita grana. Pessoalmente, não gosto de smartphones grandes. De qualquer forma, é um ótimo celular.

A gente escolhe cada produto criteriosamente, de forma independente, e checa os preços na data da publicação (ou seja, podem variar!). Ao comprar pelo nosso link, ganhamos uma comissão, mas você não paga a mais por isso.

Utilizei o celular por pouco mais de uma semana, e ele não pareceu frágil. Todo seu acabamento é de liga metálica na lateral e vidro na traseira.

Não é um telefone leve. Pesando 263 gramas ao todo, ele é basicamente a junção de dois aparelhos juntos com uma dobradiça. A Samsung diz que o Z Fold 4 está mais resistente do que a geração anterior, suportando mais de 200 mil "dobras e desdobras".

A tarefa de desdobrá-lo exige certo trabalho: você necessariamente precisa usar as duas mãos, pois tem vários ímãs. Mesmo dobrado, ele é grande — dependendo do formato da calça, será impossível mantê-lo guardado.

Diferentemente do Z Flip 4, as reações dos meus amigos e família ao Z Fold 4 foram mistas. Alguns ficavam impressionados com ele todo aberto e pediam para tocá-lo. Outros criticavam por ser um telefone muito grande.

Parte inferior do Galaxy Z Fold 4 com alto-falante e porta USB-C Imagem: Guilherme Tagiaroli/Tilt

Uma das críticas que ouvi foi que o "celular parecia inacabado" (isso foi dito ao abri-lo). A tela tem um vinco na região onde dobra e conta com uma película, que acaba atraindo um pouco de sujeira quando removido do bolso — para resolver é só passar o dedo ou um pano.

Vale lembrar que o Z Fold 4 virá com um carregador de 25W. Até então, a Samsung fornecia gratuitamente quem quisesse um em celulares top; tanto este telefone com o Z Flip 4 já vem com o adaptador na caixa.

Detalhe da câmera da tela externa do Galaxy Z Fold 4 Imagem: Guilherme Tagiaroli/Tilt

Não há muita diferença física com o Z Fold 3. Talvez a principal alteração seja nas bordas, que estão menores em todas as telas.

O recurso em que isso fica mais claro é a tela externa de 6,2 polegadas (15,7 cm) HD. Na geração anterior, quem tinha os dedos um pouco maiores, tinha dificuldade em digitar na tela. Com menos bordas, houve maior ganho de espaço, facilitando a tarefa.

Tela externa do Galaxy Z Fold 4 Imagem: Guilherme Tagiaroli/Tilt

É importante que a tela seja HD, pois ela não tem uma mega definição e permite que você resolva praticamente todas as coisas nela — de responder mensagens à navegação web ou redes sociais. Além disso, gasta menos bateria. Apesar de não ter um super brilho, consegui usá-la tranquilamente sob sol forte.

Ele todo aberto tem uma tela de 7,6 polegadas (19,3 cm na diagonal) QXGA (2.560 X 1.600 Pixels), um formato retangular, mas quase quadradão. Vídeos do YouTube em tela cheia geralmente ficam com listas pretas, mas não chega a ser um problema. Pense que quase tudo foi pensado para celulares com tela wide (na proporção 16:9).

Com o processador Snapdragon 8 Gen+1 e 12 GB de RAM (que ajuda no desempenho), fica difícil o Z Fold 4 ter algum problema de lentidão ou algo do tipo. É um dos celulares mais potentes já lançados pela Samsung.

Tanto Asphalt 9 como Freefire, games que sempre testo em diferentes celulares, rodaram liso. Os jogos se adaptaram bem à tela do aparelho, cobrindo todos os espaços. Por essa razão, aqui vou falar um pouco mais sobre a experiência de uso do Z Fold 4.

Já comentei que o grande barato é resolver quase tudo pela tela externa. No entanto, é importante notar que a alternância da tela pequena para a grande (ou vice-versa) pode ter algumas inconsistências.

A principal delas rola com o app do Instagram. Aparentemente, a Meta não atualizou a rede social para se adaptar ao telão do Z Fold 4. Então, se eu estava no Instagram na tela grande e fechava o telefone, para continuar vendo na tela externa, o app cortava trechos de legendas de imagens ou de textos de stories. Aí, eu tinha que fechar e abrir o app de novo para ele se adaptar.

Alternância entre modos do Z Fold 4 às vezes cortava conteúdos de stories; no caso, o celular foi do modo aberto para o fechado, quando os conteúdos são visualizados na tela externa Imagem: Reprodução

Sem contar que ao abrir o app do Instagram na tela grande, ficava um espação preenchido por listras pretas ao redor do app. É um problema mais da Meta, que desenvolve o app, do que da Samsung.

No entanto, dada a popularidade do app, seria legal ter uma solução mais fluída. Espero que seja corrigido em breve com uma atualização de software.

Interface do Instagram no Galaxy Z Fold 4; repare no espaço nas laterais, as setas são para aproximar a interface do app mais do lado esquerdo ou direito Imagem: Reprodução

A título de comparação, isso não acontece com o TikTok ou Spotify, por exemplo. Esses apps se adaptam bem nos modos do Z Fold 4.

Algo que funciona bem no Galaxy Z Fold 4 é o recurso de multitarefa, que permite abrir vários apps simultaneamente. Dá, por exemplo, para assistir a uma transmissão ao vivo no YouTube e colocar o app do Twitter ao lado para acompanhar a repercussão - tudo isso de forma fluída, sem travamentos.

App de edição de imagens Adobe Lightroom no Galaxy Z Fold 4 Imagem: Reprodução

A Samsung também incluiu uma barra de apps, que fica sempre visível ao usar o Z Fold 4 aberto. Além de opções da Samsung, ela reúne aplicativos recém-usados. Para abrir mais de um app ao mesmo tempo, basta segurar o ícone e arrastar para a região da tela.

Três apps abertos ao mesmo tempo: Navegador, câmera e galeria Imagem: Guilherme Tagiaroli/Tilt

Com uma bateria de 4.400 mAh, o Z Fold 4 tem capacidade semelhante a de muitos celulares top de linha. Imaginei que seria pouco, dado que o telefone tem, digamos, "três telas", sendo duas juntas (quando aberto) e a externa (quando fechado).

Saindo de casa por volta das 6h30, ele só demonstrava sinais de "cansaço" lá para as 23h, quando ficava com 15%. Neste período, consultei o Twitter várias vezes, vi vídeos no TikTok, naveguei no Instagram, além de ir e voltar do trabalho ouvindo música no Spotify, usando conexão móvel.

De todo este período, a maioria das vezes fiquei só no 4G ou 5Gwi-fi só ao chegar em casa por volta das 18h.

Como já dito, o celular vem com um carregador de 25W - não deu para testar quanto tempo leva para carregá-lo, pois a unidade de teste era gringa e veio sem o acessório.

O Z Fold 4 tem cinco câmeras. As principais (na traseira) são as mesmas do Galaxy S22+, então são três sensores: 50 MP + 12 MP (ultra-grande angular) + 10 MP (telefoto com zoom óptico).

As fotos saem com boa iluminação e cores vivas — não custa lembrar que a inteligência artificial da Samsung sempre dá um tapa na imagem. Os vídeos também são de ótima qualidade e ainda contam com estabilização óptica no sensor de 50 MP.

Quanto às outras câmeras, a que fica na tela externa (de 10 MP) é ótima para selfies; e a câmera que aparece quando o telefone está aberto é de 4 MP. Apesar de não ter uma super definição, ela tira fotos ok. Na minha experiência, mesmo com boa iluminação, as imagens saiam um pouco granuladas. Mesmo assim, ela é uma boa para videochamadas.

O celular tem ainda a vantagem de ficar no modo flex (semi-dobrado), dispensando a necessidade de um tripé, por exemplo.

Fotos tiradas com o Galaxy Z Fold 4

Algo legal do Z Fold 4 é que é possível tirar selfies com o sensor principal. Basta abrir o app de câmera, desdobrar o celular e escolher a opção pré-visualização da tela frontal. Dessa forma, você consegue visualizar a cena antes de apertar o disparador.

Galaxy Z Fold 4 permite tirar selfie com câmera principal Imagem: Guilherme Tagiaroli/Tilt

O Galaxy Z Fold 4 é um smartphone único e, pelo menos na minha cabeça, ele foi feito para uso profissional ou gente com muita grana. Pessoalmente, não gosto do fato de ele ser muito grande, mas o apelo para quem trabalha ou tem necessidade de uma tela grande é inegável.

Galaxy Z Fold 4 Imagem: Guilherme Tagiaroli/Tilt

Infelizmente, não há muitos concorrentes no Brasil. Com o preço de R$ 12.799 (à vista), o Z Fold 4 é uma opção para poucos. Fora do país, tem o Mix Fold 2, da Xiaomi, que tem preço menor, cerca de US$ 1.336 (cerca de R$ 6,9 mil), mas não fica na posição flex.

Buscando pelo varejo brasileiro é possível se deparar com a versão anterior, Z Fold 3, por cerca de R$ 8.200. Ele tem bordas maiores nas telas e processador Snapdragon 888, que é top de linha, mas de uma geração anterior ao processador do Z Fold 4. Se quiser entrar no mundo dos dobráveis gigantes, talvez seja a melhor opção.

Se a ideia é ter um smartphone com telão e mais "conservador", o Galaxy S22 Ultra pode ser uma opção. Substituto da linha Note, ele suporta a canetinha S Pen e tem um conjunto de câmeras melhor que do Z Fold 4. No varejo, é possível achá-lo por cerca de R$ 8.500.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Especificações técnicas
  • Sistema Operacional

  • Android 12L

  • Dimensões

  • 13,01 x 15,51 x 6,3 mm (aberto); 263 gramas

  • Resistência à água

  • Sim, IPX8

  • Cor

  • Preto, grafite e creme

  • Preço

  • R$ 12.799

Tela
  • Tipo

  • Amoled

  • Tamanho

  • 6,2 polegadas (tela externa) e 7,6 polegadas (aberto)

  • Resolução

  • HD+ e QXGA+

Câmera
  • Câmera Frontal

  • 10 MP (tela externa) e 4 MP (câmera da tela quando telefone está aberto)

  • Câmera Traseira

  • 50 MP + 12 MP + 10 MP

Dados técnicos
  • Processador

  • Snapdragon 8+ Gen 1

  • Armazenamento

  • 256 GB, 512 GB e 1 TB

  • Memória

  • 12 GB de RAM

  • Bateria

  • 4.400 mAh

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