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Limites da liberdade de expressão serão testados após Elon Musk assumir Twitter

28/10/2022 14h31

Por Sheila Dang

(Reuters) - Poucas horas depois que Elon Musk deu início a uma nova era no Twitter, o bilionário foi inundado com pedidos e demandas de titulares de contas banidas e líderes mundiais.

A enxurrada de solicitações ressalta o desafio que o presidente-executivo da Tesla enfrenta, equilibrando a promessa de restaurar a liberdade de expressão e impedir que a plataforma desça para uma "paisagem infernal", como ele prometeu em uma carta aberta a anunciantes na quinta-feira.

O ex-presidente norte-americano Donald Trump, que foi permanentemente banido da rede social por incitar violência após a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, saudou a aquisição, mas disse pouco sobre um retorno de seu perfil. "Estou muito feliz que o Twitter está agora em mãos sensatas e não será mais administrado por Lunáticos e Maníacos da Esquerda Radical que realmente odeiam nosso país."

Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, publicou no Twitter seus parabéns: "Boa sorte @elonmusk em superar o viés político e a ditadura ideológica no Twitter. E saia desse negócio da Starlink na Ucrânia", referindo-se ao financiamento de internet na Ucrânia pela empresa de Musk.

Outros pediram a Musk para reverter as penalidades infligidas pela plataforma de mídia social. Em resposta a uma conta anônima com 852 mi seguidores, conhecida por ser uma grande apoiadora das alegações de fraude eleitoral de Trump e que disse que foi "banida", Musk respondeu que iria "pesquisar mais hoje".

"Ei @elonMusk, agora que você possui o Twitter, você vai ajudar a lutar contra a lei de censura online de Trudeau C-11?" escreveu na plataforma a Canada Proud, uma organização que trabalha para retirar o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau.

"Primeira vez que ouvi", respondeu Musk em um tuitou na sexta-feira.

A pressão está aumentando em Musk e no Twitter, já que ele deve se dirigir à equipe da empresa na sexta-feira após fechar o acordo.

Musk não deu detalhes sobre como vai conseguir tudo isso e quem vai comandar a companhia. Ele disse que planeja cortar empregos, deixando os 7.500 funcionários da plataforma de mídia social preocupados com o futuro.

Ele tentou acalmar os temores dos funcionários do Twitter de que grandes demissões estão chegando e garantiu aos anunciantes que suas críticas anteriores às regras de moderação de conteúdo do Twitter não prejudicariam seu apelo.

Twitter, Musk e os executivos não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.