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Se o Facebook é o problema, um regulador de mídia social é a solução?

06/10/2021 12h51

Por Elizabeth Culliford

WASHINGTON (Reuters) - A denunciante do Facebook Frances Haugen disse na terça-feira que uma opção para tornar a mídia social menos prejudicial seria criar uma agência reguladora dedicada a supervisionar empresas como o Facebook e que poderia ter ex-funcionários de tecnologia na equipe.

"No momento, as únicas pessoas no mundo que são treinadas para... entender o que está acontecendo dentro do Facebook são as pessoas que cresceram dentro do Facebook ou do Pinterest ou de outra empresa de mídia social", disse ela durante uma audiência perante um painel do Comitê de Comércio do Senado dos EUA.

Haugen, uma ex-gerente de produto da empresa, disse que a motivação do lucro era forte o suficiente para que o Facebook, dono do Instagram, não mudasse sem pressão. "Até que os incentivos mudem no Facebook, não devemos esperar que o Facebook mude. Precisamos de ação do Congresso", disse.

Haugen também afirmou que se fosse nomeada CEO do Facebook estabeleceria imediatamente uma política que permitiria o compartilhamento de pesquisas internas com o Congresso e outros órgãos de supervisão, pedindo transparência e escrutínio público dos sistemas, algoritmos e pesquisas do Facebook sobre os impactos de seus sites.

Lina Pietsch, do Facebook, disse que a própria empresa há muito pede supervisão do governo. "Faz dois anos e meio que pedimos a atualização dos regulamentos", disse ela.

Na audiência, os parlamentares não rejeitaram as sugestões de Haugen para a reforma, mas, em muitos casos, apontaram uma legislação que faria algo semelhante.

Um grupo bipartidário de senadores, incluindo Richard Blumenthal e Marsha Blackburn, apresentou em junho projeto de lei que exigiria que grandes plataformas de internet, incluindo o Facebook, permitissem que usuários visualizassem conteúdo não decidido por um algoritmo.

Haugen também incentivou o aumento dos limites de idade para os usuários das plataformas do Facebook de 13 para 16 ou 18 anos, dado o que ela chamou de "uso problemático" ou vício nos sites e questões infantis com autorregulação.

De acordo com a lei atual, crianças de até 12 anos têm mais proteção online do que adolescentes. Há um projeto de lei no Congresso para aumentar a idade para 15 anos, entre outras mudanças.

(Reportagem de Elizabeth Culliford e Diane Bartz)