Huawei deve compartilhar progresso de sistema operacional próprio em meio a tensões com EUA
Por David Kirton
SHENZHEN (Reuters) - A Huawei Technologies deve responder na quinta-feira à última rodada de restrições de tecnologia dos Estados Unidos contra a empresa e compartilhar seu progresso no desenvolvimento de um sistema operacional que é visto como sua melhor aposta para substituir o Android do Google.
Richard Yu, chefe de negócios ao consumidor da Huawei, fará um discurso na conferência anual da empresa para desenvolvedores em Dongguan, no que deverá ser a primeira resposta oficial da Huawei aos esforços do governo Trump para barrar seu acesso aos chips.
Em agosto, os Estados Unidos ampliaram as restrições anteriores com o objetivo de impedir que a Huawei obtivesse semicondutores sem uma licença especial - incluindo chips feitos por empresas estrangeiras que foram desenvolvidos ou produzidos com software e tecnologia norte-americana.
Analistas disseram que as restrições ameaçam a posição da Huawei como a maior fabricante de smartphones do mundo, e que seu negócio de smartphones desapareceria completamente se ela não conseguisse fornecimento dos componentes.
A Huawei também revelará seu progresso no desenvolvimento de seu sistema operacional Harmony, que é anunciado como uma plataforma para vários dispositivos, como smartwatches, notebooks e celulares. A empresa anunciou o sistema na conferência de desenvolvedores do ano passado.
A adição da Huawei à lista negra de comércio dos EUA em maio do ano passado impediu o Google de fornecer suporte técnico para novos modelos smartphones da Huawei que utilizam Android, e para o Google Mobile Services (GMS), o pacote de serviços no qual a maioria dos aplicativos do sistema operacional são baseados.
A empresa deve se concentrar em usar o HarmonyOS em dispositivos que podem ser utilizados pelos usuários como peças ou acessórios do vestuário e smartscreens, em vez de no negócio de smartphones que está sendo fortemente afetado pela ação dos EUA, disse Will Wong, analista da consultoria IDC.
A Huawei não vai querer apresentar o HarmonyOS como uma alternativa genuína ao Google antes das eleições nos Estados Unidos em novembro, na esperança de recuperar o acesso ao Google depois disso, disse ele.
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