CEO da Sony ordenou que filme "A Entrevista" fosse atenuado e Seth Rogen contestou, segundo emails
Por Jim Finkle e James Pearson
NOVA YORK/SEUL (Reuters) - O presidente-executivo da Sony, Kazuo Hirai, determinou que o filme "A Entrevista" fosse deixado mais moderado depois que a Coreia do Norte o denunciou por exibir o assassinato do líder norte-coreano, segundo emails aparentemente roubados do estúdio da Sony, em Hollywood.
A comédia, com lançamento nos Estados Unidos previsto para 25 de dezembro, trata de jornalistas interpretados por Seth Rogen e James Franco que são contratados pela CIA, a agência de inteligência dos EUA, para matar o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un.
Segundo emails que compreendem um período desde agosto até outubro e foram obtidos pela Reuters, Hirai pediu à copresidente do Conselho da Sony Pictures Entertainment, Amy Pascal, que uma importante cena do filme fosse mudada. A cena em questão mostra Kim sendo atingido por um projétil de um tanque, o que faz com que sua cabeça exploda.
Pascal escreveu para Hirai dizendo que havia encontrado resistência dos criadores do filme, incluindo Rogen, que escreveu e codirigiu o longa.
Um representante da Sony disse à Reuters que Hirai raramente analista cenas específicas em filmes.
A Coreia do Norte reclamou à Organização das Nações Unidas (ONU) em julho, acusando os Estados Unidos de patrocinar o terrorismo e cometer um ato de guerra ao permitir a produção do filme.
Em conversa com Rogen, Amy Pascal disse que ela estava em uma posição difícil, pois Hirai pediu que fizesse mudanças no filme.
"E esse não é qualquer um. Estou lidando é com o presidente do Conselho de toda a Sony Corporation", disse Amy.
Rogen respondeu prometendo remover três de quatro marcas de queimadura do rosto de Kim, e reduzir o "cabelo em chamas" em 50 por cento. Mas ele disse não poder atender a todas as demandas.
"A explosão da cabeça não pode ser mais disfarçada do que já está, pois honestamente acreditamos que se for mais disfaçada, ninguém conseguirá perceber que está explodindo e a piada não vai funcionar", disse ele.
Representantes de Rogen não quiseram comentar.
(Por Jim Finkle e James Pearson)
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