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ANÁLISE

Review: Xiaomi Band 7 quase me fez menos sedentário - faltou só bateria

Xiaomi Band 7, a sétima versão da pulseira da fabricante chinesa Imagem: Gabriel Daros/UOL

De Tilt, São Paulo

17/08/2022 04h00Atualizada em 21/12/2022 10h27

Há tempos, a Xiaomi está de olho no mercado de esporte e dados da saúde, com suas pulseiras inteligentes - as famigeradas "Mi Bands". A sétima versão mudou o nome para "Xiaomi Smart Band", mas mexe pouca coisa na aparência.

E como uma versão nova pipoca a cada dia, é possível que você já tenha um modelo anterior. Será que é hora de trocar? Para os marinheiros de primeira viagem, outra pergunta: vale os R$ 550, seu preço no site oficial?

Passei um mês com a Xiaomi Band 7 para tirar essas dúvidas.

Design

Tirando ele da caixa, quase não dá para notar a diferença: a Xiaomi manteve seu design discreto e eficiente.

A nova smartband veio levemente mais larga - 4,1 centímetros, um milímetro a mais do que a antecessora. O objetivo não é apenas ter uma tela levemente maior, mas também mais espaço para os sensores da parte inferior.

O conjunto todo é pequeno e fino, além de ter fácil destaque Imagem: Gabriel Daros/UOL

Na prática, essa diferença é bem sutil. Você ainda tem uma pulseira preta e fina, e o relógio no mesmo formato de sempre, arredondado nas pontas.

Agora, se o look "pretinho básico" não for muito sua praia, não se desespere. O novo smartwatch é compatível com as pulseiras dos Mi Band 5 e 6. Ou seja, não vão faltar opções para customizar.

Tela

Com tela mais larga, a smartband ganha uma interface maior, com mais espaço para números e toque (já que, desde o Mi Band 6, o produto não tem mais botão de comando).

Outro ponto muito positivo é a luminosidade, que chega a 185 nits. Para uma pulseira inteligente, é suficiente até mesmo para enxergar sob o sol. Mas, se você achar demais, pode diminuir — e economizar um pouquinho de bateria.

Mesmo no sol, com brilho máximo, é possível enxergar bem a tela da smartband Imagem: Gabriel Daros/UOL

A fabricante garante que o dispositivo funciona até 50 m debaixo d'água. Não cheguei a pagar um passeio de snorkel em Fernando de Noronha para testar, mas debaixo do chuveiro, funcionou bem.

Por outro lado, a impressão é de que a tela agora tem uma matéria-prima mais sensível, que risca muito mais fácil do que a dos modelos anteriores. Em duas semanas, pelo menos três riscos marcaram a superfície, e não saíram nem rezando.

Isso atrapalhou o funcionamento do dispositivo? De forma alguma, mas se você se importa muito com a conservação, pode se frustrar com facilidade.

Usabilidade

A boa notícia é que a Smart Band 7 parece ter mesmo "evoluído" em relação à 6.

Se você é um usuário de longa data dos modelos mais antigos (no meu caso, o Mi Band 5), talvez estranhe a nova forma de navegação. Sem nenhum botão ou guia, você toca para entrar na função. Para sair, você precisa arrastar para a esquerda. Aliás, nesta mesma direção vem o alerta das condições climáticas. E na direita, o controle de som.

Mas em cerca cinco minutos já me habituei à nova interface, de tão simples que ela se tornou.

Por padrão, a pulseira inteligente vem com seis opções de tela - nenhuma assim tão interessante. Mas, em um app dedicado, é possível baixar mais sugestões.

Um pequeno problema é que alguns textos não foram traduzidos corretamente. "Desligar" o alarme está escrito como "desativado", por exemplo. Espero que haja correções nas atualizações do sistema.

Parar o alarme só era possível apertando no "desativado", o que não é muito intuitivo Imagem: Gabriel Daros/UOL

De qualquer forma, o uso fica tão natural quanto o de um relógio convencional. É só você mexer o pulso, como quem quer ver as horas, e ele ativa. Só não se esqueça de desativar essa função depois das 22h, ou provavelmente, qualquer mexidinha durante o sono pode jogar luz na sua cara!

Geração de dados

Agora, a notícia melhor ainda: a Smart Band 7 é muito boa para coletar e organizar dados, seja para a prática esportiva ou para o monitoramento da saúde.

A nova versão vem com registro de calorias queimadas para uma quantidade absurda de esportes - desde os mais comuns, como musculação, corrida, natação e artes marciais, até outros que você provavelmente não pensaria em registrar, como xadrez, ou e-sports. Tem até mesmo bocha e sinuca!

Independentemente de você optar por escalada ou bambolê, o funcionamento é o mesmo: você escolhe a atividade, a pulseira inteligente conta até três e... hora de se mexer!

Após o treino, ela oferece mais dados do que as versões anteriores. Você vê a faixa cardíaca em que operou durante os exercícios, mas também a estimativa de tempo de queima de gordura, os efeitos aeróbicos e anaeróbicos.

A pulseira também vai além e, conforme as frequências e dados coletados, sugere um tempo mínimo de descanso até o próximo treino. Esse histórico pode ser consultado no app dedicado, no celular, mas a própria Smart Band 7 permite um acesso básico dos registros.

Por falar em registros, outro avanço foi na contagem de passos. Para quem não sabe, o número de passos diários é um indicativo que o app usa para avaliar seu sedentarismo. Versões mais antigas marcavam "passos fantasma" - isso é, contavam passos quando você só estava mexendo os braços, por exemplo.

Outra novidade positiva está no medidor, que, agora, além de avaliar estágios de sono, frequência cardíaca e estresse, mede também o nível de oxigenação no sangue. Se os índices derem mais baixo do que o recomendado, a pulseira inteligente recomenda testes com um profissional da saúde.

O dispositivo também permite criar alertas, caso outros indicadores não estejam tão bem. Por exemplo: se o seu estresse passar do moderado (mesmo com você parado!), a pulseira pode te avisar.

Bateria

O contraponto infeliz: a bateria. Enquanto a Xiaomi ainda chamava sua pulseira de Mi Band, a bateria tendia a passar de sete dias de uso. Com a sétima versão, se for fazer proveito de todos os alarmes e indicativos, ela dura menos de uma semana.

No meu teste, não cheguei a avaliar meus treinos o tempo todo, mas suspeito que, se este for o caso, a bateria vai de 100% a zero em muito menos tempo.

Então, aproveitar bem a carga no Smart Band 7 exige abandonar alguns monitoramentos interessantes. Ou então você precisa voltar com mais frequência à tomada, o que é uma pena.

Felizmente, carregar não demora tanto. Em pouco mais de uma hora no carregador (um pequeno plug USB, conectado num computador mesmo) a pulseira chegou em 100%. Mais da metade foi carregada nos primeiros 30 minutos.

No geral, a sensação é de frustração: a fabricante prometeu bateria de 9 dias para uso intenso, e 15 dias para uso comum. Infelizmente, em nenhum momento deste review, a promessa bateu com a realidade.

Desempenho

Minha experiência com a "Mi Band 7" foi positiva, mas não sem alguns percalços.

O sensor maior, por exemplo, permite uma leitura muito mais rápida dos batimentos cardíacos, ou do nível de estresse. Chega até a exibir o tempo que levará para coletar o dado, o que é uma mudança bem-vinda. Por outro lado, emite uma luz vermelha o tempo todo, o que acaba vazando no escuro, independente do pulso.

Para que isso ocorra menos, a pulseira inteligente precisa ficar muito firme, o que, além de atrapalhar a circulação, gera outro problema — a umidade. Não foram poucas as vezes que a borracha causou coceira na pele.

É notável o cuidado que o Smart Band 7 teve na hora de pensar em usuários sedentários, que precisam de uma mãozinha extra para cuidar da saúde. Além da coleta de dados, a pulseira manda levantar de tempos em tempos, para circular o sangue. E isso é ótimo. É difícil lembrar que nosso corpo não foi feito para uma vida estática, em escritório — e que caminhar até a cozinha, ou mesmo se espreguiçar por um minuto, já faz toda a diferença.

Vale a pena?

No site oficial, a Xiaomi está pedindo nada menos que R$ 550, com desconto — claro, com garantia, nota fiscal e assistência técnica inclusa. Ainda assim, o valor pode ser salgado se comparar com o que se encontra no varejo, na faixa dos R$ 285.

Enquanto as funções todas são bem interessantes, o valor alto, somado ao desempenho da bateria, dá um gosto amargo, especialmente se você lembrar que o Mi 6 oferece muitas destas funções sem o mesmo detalhamento, mas por R$ 228.

A tendência é que os preços abaixem nos próximos meses, e lentamente, a diferença diminua. Nesse caso, você estará comprando um dispositivo com muito mais detalhes de performance esportiva e de saúde. Se você não se importa de carregar ele quase como um celular, vai fundo.

A gente escolhe cada produto criteriosamente, de forma independente, e checa os preços na data da publicação (ou seja, podem variar!). Ao comprar pelo nosso link, ganhamos uma comissão, mas você não paga a mais por isso.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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