Como o megatelescópio da China poderá achar vida extraterrestre?
Fabrício Calado
Colaboração para Tilt
15/01/2020 12h59
Enquanto uns se perguntam se estamos sozinhos no universo, outros correm atrás. A China é o segundo caso: o país anunciou no último sábado (11) o início das operações do maior radiotelescópio do mundo, que tem o objetivo principal de achar sinais de vida inteligente fora da Terra.
Com o nome de FAST (sigla de Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope, que traduzido vira Telescópio de 500 metros de Abertura Esférica), o dispositivo já mostrou a que veio em setembro do ano passado, quando astrônomos chineses anunciaram que ele detectou "sinais misteriosos" a 3 bilhões de anos-luz da Terra.
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Como funciona
Um radiotelescópio é como um telescópio, mas feito para detectar ondas de rádio do espaço. Em sua versão mais simples, ele tem uma antena, que coleta as ondas emitidas e as reflete para um receptor; um receptor e um amplificador que ampliam o sinal de rádio a um nível que se possa medir; e um gravador, que, como diz o nome, registra os sinais.
Os dados são então analisados para filtrar interferências indevidas, e o que sobra é estudado para saber se trata-se de indícios de vida inteligente em outros planetas —no caso do telescópio chinês, as pesquisas podem chegar a até 1 milhão de estrelas e sistemas solares.
Olho do céu
Segundo a mídia asiática, o FAST tem o tamanho de 30 campos de futebol e também é conhecido como "Olho do Céu". Até então, o maior telescópio de rádio do mundo era o do Observatório de Arecibo, em Porto Rico, com 305 metros de diâmetro (o FAST tem 500, quase o dobro).
O telescópio chinês é agora não só o dispositivo de escuta de ondas de rádio mais sensível do mundo, mas também o de maior abertura. E um dos mais caros também: o equipamento custou US$ 180 milhões.
Guerra nas estrelas
A expectativa é que o telescópio chinês esquente a competição para ver quem detecta primeiro algum sinal de vida no espaço. No páreo, estão os Estados Unidos e a Rússia, dois países que a China pretende alcançar/superar até 2030, segundo sites locais.
(Para contexto, eis a situação do Brasil: temos uma estação de pesquisa recém-inaugurada na Antártida, considerada uma das mais modernas da região. Mas, um incêndio em 2012 e restrições orçamentárias desde dificultam um pouco participar da corrida sideral.)
A seu favor, a China diz ter obtido alguns dados científicos significativos desde o início dos testes do FAST, em 2016. O país asiático espera que suas descobertas ajudem a avançar em áreas como a detecção de ondas gravitacionais de baixa frequência e moléculas interestelares.
Em entrevista ao site Republicworld, o engenheiro-chefe do projeto FAST, Jiang Peng, disse que até o momento o aparelho se mostrou estável e confiável nos testes.
A previsão chinesa, segundo a mídia estatal, é de ter algo concreto entre três e cinco anos.
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