PF investiga jovem de BH que pode ter lucrado R$ 1 mi com fraudes
A Polícia Federal desencadeou nesta terça-feira (14) a operação denominada "Darkode", que investiga a participação de um rapaz de 25 anos --morador de Belo Horizonte-- em um fórum internacional de hackers. O ambiente virtual é utilizado para a troca de experiências de práticas de fraudes cibernéticas.
Segundo as investigações, o jovem --que não teve o nome divulgado-- pode ter movimentado R$ 1 milhão com os crimes, principalmente feitos por meio de invasão de contas bancárias pela internet e clonagem de cartões de crédito. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva (quando o suspeito é levado para uma delegacia para ser interrogado) no bairro Cidade Nova, região noroeste da capital mineira.
"Ele é um indivíduo de classe média alta. Inclusive, tinha um emprego de fachada. Gostava de ostentar roupas caras, tem carro importado e gostava de frequentar a noite em locais caros. A gente já tem muitos elementos dos crimes que ele praticou ou iria praticar", descreveu o delegado Luiz Augusto Pessoa, do Departamento de Repressão a Crimes Cibernéticos.
"O objetivo dos criminosos é sempre obter lucro, obter dinheiro. Esse fórum de hackers [darkode] está [alojado] na Deep Web, ou seja, ele não pode ser buscado pelo Google ou por nenhuma outra ferramenta de buscas. Nesse ambiente, eles trocavam informações sobre novas tecnologias e vendiam os próprios produtos que eles mesmos produziam. O indivíduo, para fazer parte deste grupo, deveria ser convidado por algum dos integrantes", afirmou Luiz Pessoa.
Segundo o delegado, a partir do momento do convite, o interessado deveria apresentar uma espécie de "currículo" no qual seriam listados todas as fraudes já processadas por ele e qual poderia ser a contribuição dele para o fórum.
Na capital mineira foram investigadas a residência do suspeito e a empresa em que ele trabalha. O nome do local não foi revelado. Os federais apreenderam diversos equipamentos de informática, computadores, tabletes e pen drives. O jovem, que já tinha passagem pela policia por crime cibernético, foi levado para a sede da PF, onde foi ouvido e liberado.
A polícia acredita que o suspeito irá cooperar com as investigações. Caso isso não ocorra pode ser solicitada a prisão preventiva. Ainda segundo a PF, o suspeito irá responder pelos crimes de associação criminosa e furto qualificado pela fraude. Se condenado, a pena máxima pode ser de até oito anos de prisão.
Outros dois brasileiros --ambos de Goiânia-- também são investigados pela operação, que começou em março deste ano, em parceria com a Cyber Division, do FBI (a polícia federal norte-americana) e a Europol.
Além do Brasil, participaram da operação as unidades especializadas em crimes cibernéticos de mais outros 18 países, dentre eles Israel, Alemanha, Reino Unido, Romênia, Bósnia, Sérvia, Índia, Suécia, Dinamarca e Colômbia.
A ação é considerada a maior cooperação internacional da área cibernética. Em todo o mundo são 62 investigados. A maior quantidade de investigados foi presa na Romênia --que teve 16 mandados.
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