Pesquisa aponta que emissão de óxido nitroso cresce mais rápido que esperado
Madri, 18 nov (EFE).- As emissões de óxido nitroso (N2O), o terceiro gás de efeito estufa mais importante depois do dióxido de carbono e do metano, aumentaram substancialmente desde 2009, em um ritmo "significativamente maior" que o previsto, segundo uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pela revista especializada "Nature Climate Change".
O estudo liderado pela pesquisadora Rona Thompson, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU, sigla em inglês), foi conduzido por cientistas de vários países, como do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) e do Centro de Estudos e Pesquisas para Gestão de Riscos Agrícolas e Ambientais (Ceigram) de Madri.
Os cientistas estudaram as emissões de N2O para a atmosfera no período de 1998 a 2016, onde foi constatado que "houve um aumento considerável nas últimas duas décadas, mas especialmente a partir de 2009", adverte Rona Thompson.
O estudo também adverte que a emissão de gás para a atmosfera está crescendo "em um ritmo significativamente maior do que o esperado".
De acordo com a pesquisa, o aumento das emissões do N2O - um dos gases de efeito estufa mais destrutivos com a camada de ozônio - está diretamente relacionado ao uso de fertilizantes agrícolas.
Nesse sentido, a pesquisa aponta que a Ásia Oriental e a América do Sul são as regiões que mais têm contribuído com o aumento mundial de emissões, e também dois lugares onde o uso de fertilizantes poderia ser utilizado de forma mais eficiente.
O estudo também adverte que as emissões estimadas até agora sob os protocolos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) subestimaram as emissões reais, por isso pede o aumento das pesquisas para fazer novas previsões que levem em conta as "condições locais mais complexas".
Para o pesquisador do Ceigram e co-autor do estudo, Luis Lassaletta, este trabalho "confirma que estamos nos aproximando dos limites planetários e para evitar cruzá-los, todos devem agir de forma decisiva e coordenada". EFE
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