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Veja quais dados privados as redes sociais guardam de seus usuários

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Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

13/06/2016 06h00

As recentes disputas do WhatsApp com a Justiça brasileira --e que também afetaram sua empresa-mãe, o Facebook-- envolvem principalmente questões de proteção à privacidade dos usuários, um dos maiores valores das grandes redes sociais. Não é à toa que as empresas que operam essas plataformas resistem aos pedidos judiciais, pois ceder a eles poderia abrir uma "caixa de Pandora" que afetaria até usuários que não tem nada a ver com a história.

No caso do WhatsApp, a Justiça pede a interceptação e a quebra de sigilo de dados de 36 usuários. Mas, como o processo corre em segredo judicial, não se sabe ao certo quais exatamente são os dados --nome, endereço, número de telefone, conversas-- solicitados. O que se sabe é que eles seriam essenciais para a investigação de um crime organizado de tráfico de drogas interestadual que tem base na cidade de Lagarto (SE).

O WhatsApp afirma não ter as informações solicitadas pela Justiça brasileira e cita a criptografia do sistema para justificar a sua afirmação. Com a tecnologia, as mensagens são embaralhadas ao deixar o telefone da pessoa que as envia e só conseguem ser decodificadas no telefone de quem as recebe. Além disso, segundo a empresa, nenhuma mensagem é guardada em seus servidores e, mesmo que fossem, chegariam ao servidor do app codificadas.

Recentemente o app aprimorou sua segurança e concluiu o processo de criptografia de ponta a ponta, que assegura que somente você e a pessoa com que você está se comunicando podem ler o que é enviado. Para apresentar à Justiça os dados pedidos na investigação criminal em Lagarto, a equipe que gerencia o WhatsApp precisaria criar alguma tecnologia que desfizesse a criptografia e traduzisse qualquer mensagem que um dia foi enviada pelo app. 

Entre empresas e a Justiça ficam os usuários, que nem sempre sabem direito como os aplicativos que utilizam se apropriam (ou não) de seus dados pessoais, ou como esses são utilizados e/ou protegidos. Veja abaixo o que diz as políticas de privacidade de cinco das redes sociais mais utilizadas pelos brasileiros atualmente.

  • Arte/UOL

    Facebook

    A empresa confirma que guarda os dados pessoais de cada usuário, além do conteúdo dos posts, momentos em que cria uma conta, o que posta ou compartilha na linha do tempo; mensagens privadas trocadas na plataforma; interações com seus contatos; compras ou transações financeiras realizadas no Facebook (incluindo número do cartão e informações de autenticação); detalhes dos aparelhos que você usa para acessar a rede social (sistema operacional, modelos e configurações de computadores, telefones, tablets); informações de sites e aplicativos que usam o Facebook como meio de login (como o Spotify); e dados de suas atividades dentro e fora do Facebook a partir de empresas parceiras (usadas para fornecer anúncios). E claro, dados das demais empresas que são propriedade do Facebook, como WhatsApp e Instagram. Ufa!

    E apesar de resistir à Justiça brasileira, a empresa abre algumas brechas nos termos: "Podemos acessar, preservar e compartilhar suas informações em resposta a um pedido legal (como um mandado de busca, ordem judicial ou intimação) se tivermos uma crença de boa fé da lei ao nos obrigar a fazê-lo. Isso pode incluir respostas a pedidos legais de jurisdições fora dos Estados Unidos, se acreditarmos que a resposta é exigido pela lei dessa jurisdição, afeta os usuários dessa jurisdição e é consistente com os padrões internacionalmente reconhecidos". Leia mais

  • Divulgação

    WhatsApp

    O WhatsApp diz que só mantém em seus servidores os números de telefones de cada usuário, que servem de login para acessar o serviço. No entanto, o app diz em sua política de privacidade que pode obter informações de faturamento para transações comerciais (se fosse o caso, mas o app não cobra mais pelo serviço) e informações do dispositivo móvel.

    O app também vai acessar periodicamente sua lista de contatos no telefone celular para localizar outros usuários do WhatsApp. Além disso, o aplicativo pode guardar a data e hora associados a mensagens entregues com sucesso e os números de telefone celular usados nas mensagens, "bem como qualquer outra informação que WhatsApp é legalmente obrigado a recolher". Arquivos enviados pelo serviço ficarão nos servidores por um "curto período de tempo, mas são excluídos e despojados de qualquer informação identificável por um curto período de tempo, de acordo com as nossas condições gerais de retenção". Leia mais

  • Reprodução

    Snapchat

    Conhecido por seu conteúdo que se "autodestrói" depois de um dia, o Snapchat divide o conteúdo obtido de seus usuários em três blocos. O primeiro é "informações que você decide compartilhar conosco" ao criar a conta e enviar snaps: nome de usuário, senha, um endereço de email, um número de telefone e sua data de nascimento. Produtos comerciais poderão guardar um número de cartão de débito ou de crédito.
    O segundo bloco é o "informações que obtemos quando você usa nossos serviços", onde são guardados dados de uso --como você interage com os serviços, quais filtros visualiza ou aplica, quais canais você assiste no espaço Discover--, detalhes da comunicação com seus amigos, metadados do conteúdo enviado (mas não o conteúdo em si), informações sobre o celular usado, lista de contatos do dispositivo e localização (se o usuário ativar o GPS).

    No terceiro, em "informações que coletamos de terceiros", o Snapchat cita que pode coletar dados que outros usuários fornecem sobre você, como por exemplo, se você for um dos contatos da agenda daquele usuário. Leia mais

  • Divulgação

    Instagram

    O Instagram diz armazenar nome de usuário, senha e endereço de e-mail usado em sua conta do Instagram; nome e sobrenome, foto e número de telefone do perfil em questão; fotos, vídeos, comentários e outros materiais que você publica no serviço; e-mails relacionados ao serviço (e o usuário não pode recusar o recebimento deles); informações de log em links clicados no serviço (endereço IP, tipo de navegador, páginas e URLs de consulta, etc); dados identificadores de dispositivo móvel; e metadados dos posts (hashtags usadas, marcação geográfica).

    O recurso de busca de contatos do Instagram também acessa lista de contatos, perfis de redes sociais de terceiros e pesquisa de nomes e nomes de usuário no Instagram. Leia mais

  • Divulgação

    Twitter

    Como outras redes sociais citadas aqui, o Twitter guarda nome, nome de usuário, senha, endereço de e-mail ou número de telefone de cada usuário que cria uma conta nele. E ao ceder seu número de telefone, diz a página, "você concorda em receber mensagens de texto do Twitter". Você também concordará em compartilhar suas informações de contato com apps de terceiros quando integra estes apps com o seu Twitter, que nem ocorre com o Facebook.

    A plataforma também permite sincronização com agenda de contatos para encontrar usuários. Além disso, todos os tuítes e metadados dos mesmos também são armazenados, e se o usuário informar em um tuíte a sua localização via GPS, este dado também será guardado. Por fim, dados de logs (IP, navegador, sistema operacional) e dados de cartões de crédito em caso de transações comerciais estão de posse do Twitter. Leia mais