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Na sombra de "Sonic Mania", "Forces" é só mais uma aventura 3D medíocre

Imagem: Divulgação/SEGA

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

14/11/2017 14h43

Troque o carisma e a engenhosidade de "Sonic Mania" por repetitividade e uma total falta de foco, e você terá "Sonic Forces".

Lançada oposta a uma verdadeira carta de amor aos jogos "Sonic" clássicos, a nova aventura tridimensional do mascote azulão é só mais uma em uma longa lista de fracassos do Sonic Team. Dos mesmos criadores de "Unleashed", "Black Knight" e "Lost World", "Forces" segue o que já se tornou uma tradição da série ao diluir boas ideias em um mar de mediocridade.

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Após Sonic ser derrotado por Infinite, a mais nova criação do maligno Eggman, o mundo acaba dominado pelas forças do mal. Knuckles e companhia formam um grupo de resistência que atrai a atenção de um novo personagem: um herói animal que pode ser personalizado livremente pelo jogador. A trama de "Forces" é mera distração, e sofre para dar contexto aos 30 estágios do game. Mas ela serve para deixar claro que este personagem original é o verdadeiro protagonista da aventura.

E é aí que começam os problemas: é claro que Sonic também precisa ser jogável, tal qual o Sonic clássico de "Generations" (que reaparece na história sem qualquer motivo aparente). E "Forces" não tem criatividade suficiente para criar fases interessantes nem para um estilo de jogo. Com os esforços divididos entre três, então...

Fases bidimensionais de "Forces" nem tentam fazer algo de novo com a fórmula Imagem: Divulgação/SEGA

As fases do Sonic 'moderno' são 3D. Ele consegue saltar de inimigo em inimigo com seu 'homing attack', ou então utilizar um turbo para destruir obstáculos ao toque. Com o Sonic clássico, a ação volta a lembrar "Sonic the Hedgehog 4", em estágios com a física de um "Sonic" 3D, mas mecânicas tiradas dos tempos do Mega.

Game foi avaliado no PlayStation 4 Imagem: Montagem/UOL

Já o personagem original enfrenta desafios 3D bem parecidos com os do Sonic titular, mas em posse de um gancho capaz de grudar em inimigos (como o 'homing attack') ou em certas esferas espalhadas pelo cenário. Dependendo da arma equipada, ele consegue disparar diferentes projéteis contra oponentes, e equipar power-ups temporários como o 'Burst', que o permite saltar bem alto para alcançar segredos.

Na teoria, personagens distintos trariam variedade para o game. Mas não é o que acontece: os estágios 3D são todos iguais, e têm até trechos 2D que diluem o impacto de quando o Sonic clássico entra em foco. Em alguns deles, Sonic e o personagem original correm lado a lado, e é preciso prestar atenção para perceber qual dos dois heróis você está controlando, de tão parecidos que são.

Estágios bônus secretos e meia dúzia de batalhas contra chefes quebram um pouco o ritmo monótono da história, mas também são curtos e fáceis demais.

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Inimigos que não reagem, obstáculos posicionados de maneira extremamente conveniente para nunca interromper a ação e percursos extremamente curtos fazem com que a campanha inteira passe voando, sem deixar nenhuma memória ou impressão marcante.

"Sonic Forces" não é "Sonic Boom", mas parece um jogo de desenho animado licenciado de tão esquecível. Para uma linha de games que celebra quando alcança a mediocridade (lembra de "Sonic Colors"?), talvez isso seja uma vitória.

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