Técnico porém acessível, "Tekken 7" é jogo de luta para todos os públicos
Pedro Henrique Lutti Lippe
Do UOL, em São Paulo
09/06/2017 15h06
De todas as franquias atuais de games de luta, "Tekken" é a que menos mudou ao longo dos anos. E não por acaso: em 1994, o jogo original já tinha mecânicas precisas e combates com uma sensação de peso inigualável.
Controlar os lutadores de "Tekken" com os quatro botões frontais é como pilotar um carro em "Forza" ou "Gran Turismo" com um volante. Cada botão representa um braço ou perna, e os comandos fazem sentido em termos de cinética: se o jogador faz uma meia-lua para frente no direcional, o lutador certamente fará um movimento equivalente na tela.
Nenhum outro jogo de luta funciona com tanta naturalidade quanto "Tekken". E dá para perceber isso independentemente de seu nível de experiência com o gênero; até mesmo quem luta apertando botões aleatórios sente a diferença. A imersão é tamanha que às vezes eu tenho a sensação de que apertar com mais força o botão dará mais poder ao soco.
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Isso não quer dizer que "Tekken" é o melhor jogo de luta - apenas que ele encontrou já em sua primeira edição uma fórmula única e que funciona, e a manteve como uma constante a cada nova versão.
É tranquilizante perceber, portanto, que "Tekken 7" não muda quase nada no equilíbrio de seus combates.
Como diferenciais, o game oferece gráficos dignos da atual geração de consoles, o mais completo e funcional modo online da história da série, além de uma galeria de itens para personalização de lutadores absurdamente grande. As opções são tantas que é difícil encontrar dois bonecos com o mesmo visual.
A lista de lutadores é enorme e diversa: são 38 personagens com estilos de luta distintos e várias especificidades.
O mestre do Satsui no Hado de "Street Fighter", Akuma, por exemplo, aparece como um convidado e se adapta bem ao funcionamento do game, mesmo mantendo a tradicional barra EX de sua série original.
O único ponto decepcionante de "Tekken 7" é seu alardeado modo história. Apesar de prometer uma conclusão para a saga dos Mishima, ela passa mais tempo erguendo novos questionamentos do que respondendo aos antigos.