Jornalista diz que condenação da Colômbia na CorteIDH é êxito coletivo
"Porque conseguiu converter uma dor particular em uma reivindicação de direitos de milhares de mulheres", afirmou a atual subeditora do jornal "El Tiempo", em entrevista coletiva concedida na cidade colombiana de Bogotá.
Ontem, a CorteIDH, que tem sede em San José, na Costa Rica, encontrou indícios graves, precisos e concordantes da participação do Estado nos referidos fatos" quando, em 25 de maio de 2000, a profissional de imprensa foi raptada por paramilitares, em Bogotá, diante da Penitenciária La Modelo.
A jornalista ficou em poder dos sequestradores por 16 horas, tempo em que foi "submetida a um tratamento vexatório e extremamente violento, em que sofreu graves agressões verbais, físicas e sexuais", segundo detalhou a sentença.
Bedoya, que está a 21 anos lutando por justiça no caso, considerou que a decisão "não é individual, é coletiva, dando ferramentas às mulheres jornalistas, para o exercício da profissão e para milhares de vítimas de violência sexual, para seguir com suas vidas, depois de um fato tão atroz".
Na época do rapto, a profissional de imprensa investigava casos de violência e uma denúncia de venda de armas e tráfico de pessoas na penitenciária La Modelo, que envolveria paramilitares, narcotraficantes, guerrilha, policiais e militares.
"Quero olhar para trás para me encher de força e poder olhar para frente", garantiu Bedoya.
"Se acontecesse de eu morrer hoje, já poderia ir tranquila, porque deixo algo para as mulheres desse país", completou.
Além de condenar o Estado da Colômbia, a CorteIDH ainda exigiu das autoridades do país a adoção de medidas adicionais, como seguir com as investigações sobre o caso para identificar e punir os responsáveis pelos crimes. EFE
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