Chico Pinheiro sobre áudio racista de Waack na Globo: 'Fala o que sente'

Chico Pinheiro, 70, deu sua opinião sobre o áudio racista vazado de William Waack, 71, em 2017, nos bastidores do Jornal da Globo.

O que aconteceu

Pinheiro abordou o assunto ao ser questionado sobre os áudios preconceituosos de Waack na Globo e também o de Boris Casoy sobre garis na Band, em 2009. No podcast Futeboteco, o jornalista, indagado se é quando o microfone está desligado "que a gente vê quem é quem", ponderou que ambos os comentários foram "infelizes", mas expressam aquilo que estava no coração dos apresentadores.

Para Chico, Waack e Boris falaram aquilo que "sentem". "Odeio esse tipo de comentário... [Mas] a boca fala do que o coração está cheio. Onde está o seu coração? Onde está seu tesouro, aí está o seu coração [...] Naturalmente a hora que a gente fala, a gente fala do que a gente sente, né? Eu nunca tive essa visão nem com relação aos meus irmãos pretos, nem aos garis, muito pelo contrário, tenho um carinho enorme".

Chico Pinheiro também afirmou enxergar o jornalismo como uma plataforma para transformações na sociedade. "Eu sempre tive e tenho o jornalismo como um espaço privilegiado para tentativa da construção de consciência de cidadania, de igualdade, de justiça, então isso me domina o tempo todo".

Relembre

O vazamento do áudio racista culminou na saída de William Waack da Globo. Em 2017, o apresentador disse na gravação publicada nas redes que o barulho de uma buzina que o estava incomodando era "coisa de preto".

"Tá buzinando por quê, seu merda do cacete? Não vou nem falar porque eu sei quem é. É preto. É coisa de preto", declarou.

Após a repercussão, Waack foi acusado de racismo e não retornou à bancada dos telejornais da Globo. Atualmente, ele apresenta um telejornal na CNN Brasil.

Boris Casoy fez comentário preconceituoso e elitista em relação à profissão de garis no Jornal da Band. Na noite de Réveillon de 31 de dezembro de 2009, dois varredores apareceram em uma vinheta desejando feliz Natal, mas uma falha técnica levou ao ar o áudio de Boris dizendo: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho".

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O áudio foi transmitido ao vivo e gerou grande repercussão. No dia seguinte, quando o vídeo já tinha milhares de visualizações na internet, Boris se retratou sobre o comentário que definiu como "uma frase infeliz". Posteriormente, ele foi condenado a pagar R$ 60 mil de indenização a um dos garis que o processou.

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