Heloísa Périssé revela 'quase morte' engasgada: 'Assustou mais que câncer'

Heloísa Périssé, 57, contou em entrevista ao Otalab, programa do Canal UOL, que passou recentemente por uma experiência assustadora ao engasgar durante uma refeição dentro de um restaurante. Ela diz que quase morreu por conta do incidente.

Heloísa afirma que só se salvou graças à intervenção da amiga que a acompanhava na ocasião. "Na hora em que botei um pedaço de frango na boca, acho que respirei junto e tapou minha glote. Você não consegue tossir, não consegue falar... Se não fosse por uma amiga minha que percebeu, eu teria morrido. Ela veio por trás de mim, fez aquela manobra [de Heimlich], eu consegui expelir e voltei a respirar. Foi traumático."

Os donos de restaurantes deviam começar a se atentar seriamente para esse fato. Acho que deveria ser exigido dos donos de estabelecimentos que todo garçom, ao ser contratado, deveria saber fazer essa manobra.
Heloísa Périssé, no Otalab

A humorista afirmou que nenhum funcionário do local se mostrou apto para socorrê-la. "Depois [do incidente], vim a descobrir que muita gente, em vários lugares, chega a morrer dessa forma, porque as pessoas [em geral] não estão preparadas [para salvar uma vítima de engasgo]. Não teve um garçom que soube fazer essa manobra."

Ela admitiu que a experiência do engasgo foi mais assustadora que o câncer nas glândulas salivares que enfrentou em 2019. "É uma coisa desesperadora. Se alguém me perguntar sobre experiência de morte que tive na vida, se foi a questão que passei [com o câncer], eu respondo que não. Foi esse engasgo."

Lembrança de morte de Paulo Gustavo

Em outro momento da entrevista a Otaviano Costa, Heloísa recordou com carinho o saudoso colega e amigo Paulo Gustavo, morto em 2021.

Ela ressaltou a generosidade como uma das marcas do protagonista de "Minha Mãe é uma Peça". "A gente era muito, muito amigo. Ele podia estar duro como coco em alguma época e [mesmo assim], se saísse com você para ir a uma lanchonete, queria pagar. Isso era um movimento dele, ser generoso em um grau [absurdo]."

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Paulo, inclusive, baseou-se em "Cócegas" - um dos maiores êxitos da carreira de Heloísa nos palcos - para estrear o espetáculo que projetou Dona Hermínia para o público. "Quando foi estrear 'Minha Mãe é uma Peça', ele perguntou: 'Que dia vocês estrearam?' Respondi que era 4 de maio e ele falou: 'vou estrear 4 de maio para pegar essa energia'."

Heloísa, inclusive, desistiu de reestrear 'Cócegas' nos palcos em respeito à perda do amigo. "Íamos fazer os 20 anos da peça, mas foi o ano em que nosso amor desencarnou, foi para outro plano. Foi [também] no dia 4 de maio que ele partiu. Foi às 21h12, que geralmente [no teatro] é a hora de uma estreia. Então, ele foi estrear lá em cima."

A comediante também derreteu-se em elogios à mãe de Paulo Gustavo, Déa Lúcia, 76. "Ela para mim é como uma filha, uma mãe, uma avó - tudo! Todo mundo introjetou no coração essa mãe, né? A Déa se transformou na grande mãe do Brasil [a partir de Paulo Gustavo e 'Minha Mãe é uma Peça']."

Périssé sobre Ingrid Guimarães: 'Casamento sem sexo'

Além de Paulo Gustavo, Heloísa Pérrissé falou também sobre a relação com outra colega muito querida: Ingrid Guimarães, 51. As duas ficaram 11 anos em cartaz com o espetáculo "Cócegas", que bateu recordes de bilheteria e popularidade nos anos 2000.

Existe, inclusive, a intenção de remontar o projeto em breve. "Há peças que foram fenômenos, mas 'Cócegas' foi mais que um fenômeno: foi um marco. É [um texto] muito contemporâneo, tanto é que eu e Ingrid vamos remontar. Vamos fazer os 25 anos de 'Cócegas' para uma geração que não viu."

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A amizade com Ingrid é até hoje tão profunda que, Heloísa brinca, virou uma espécie de 'casamento sem sexo'. "Sexo no relacionamento não é tudo, e eu e Ingrid somos a prova. Um casamento lindo! [risos] Não é fácil você trabalhar com alguém, é muito difícil. Nisso, nós somos heroínas."

Heloísa acredita que a franqueza é a chave para manter um bom relacionamento pessoal e profissional por tantos anos. "Você só odeia quem ama. Você ama tanto que se sente na liberdade até de poder odiar e dizer: 'fulana, você está chata, você é isso' - poder brigar, poder 'chover', como eu chamo. Quando você ama alguém nesse nível, quando tem esse grau de intimidade, pode se dar ao luxo de 'chover' - e nós 'chovemos'."

  • Assista à íntegra do Otalab:

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