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'Narrativa doentia': Luísa Mell rebate acusação de instituto; leia íntegra

Colaboração para Splash, em São Paulo

30/04/2023 18h23

Luisa Mell compartilhou um desabafo em resposta às acusações que recebeu do instituto que levava seu nome.

Ela nega as acusações, e diz que não tem mais nenhum poder de decisão dentro da instituição após apontar inconsistências.

Leia na íntegra:

"Diante de tantas mentiras e tanta baixaria que está sendo feita, eu não tinha outro jeito a não ser vir aqui e falar com vocês, abrir pra vocês. Minha grande preocupação sempre é os animais, então eu relutei muito por conta disso, com medo de abalar todo o trabalho, toda a luta que eu faço há 20 anos.

Podem me criticar por isso ou aquilo, mas vocês são testemunhas de todo o meu empenho, do meu trabalho.

Chegaram ao cúmulo de dizer que eu nunca doei nada, nenhum centavo. Eu doei minha imagem, eu dei meu nome, dei minha história, dei meu tempo, minha saúde, minha saúde mental. Eu dei tempo de ficar com o meu filho. Festas de escola que eu acabei não indo porque tinha evento de adoção. Noites que passei em claro por medo de não conseguir pagar as contas.

Inacreditável como as pessoas têm coragem de contar uma mentira dessas. Falaram que eu não era do instituto, que eu, na verdade, era só uma garota-propaganda e tinha um contrato de imagem. Mentirosos. Eu sempre fui a fundadora e presidente do instituto.

E todos os processos civis e criminais, a primeira que toma sou eu. É tanta mentira que cada vez eu fico mais assustada com essas pessoas que eu trabalhei.

Lembrando que eu, ao contrário dessa pessoa que está escrevendo essas coisas, nunca tive um salário no instituto Luisa Mell. Sempre pedi dinheiro aqui, implorei. Quantas vezes não supliquei, me humilhei aqui pedindo dinheiro.

Quantas publicidades eu não fiz sem ganhar absolutamente nada, só para o instituto ter ração, ter condições de se manter. Fora isso, eu não sou milionária como as pessoas gostam de falar, muito pelo contrário.

Eu fui casada com um homem muito rico, eu estou separada há dois anos, e eu não recebo pensão milionária como falam. Ele doou durante muito tempo para o Instituto Luisa Mell.

Essa narrativa de que eu nunca fiz nada é tão vergonhosa, tão doentia, tão criminosa, que realmente eu precisava vir aqui falar com vocês. É inacreditável.

É muito duro, mas eu vou ter que abrir pra vocês. Quando começou essa confusão, eles divulgaram agora, aproveitaram esse momento tão sensível da minha vida, do meu trabalho, em que eu estou recebendo tantos xingamentos na internet. Para tentar me arruinar de vez, pra tentar falar que é por causa disso. Não é por causa disso. Faz quase um ano que a gente está discutindo porque eu peguei algumas coisas que eu não concordo, coisas absurdas. E tentei fazer com que não acontecesse mais, que tudo tivesse que passar por mim, porque eu era presidente, e não consegui.

Para vocês terem uma ideia, começou com a loja Luisa Mell, que chama Loja Luisa Mell, que vendia produtos com a renda totalmente revertida para o instituto. Apesar de chamar loja Luisa Mell, eu nunca recebi um tostão. Nunca. Porque, pra mim, toda a renda era revertida para o trabalho do instituto Luisa Mell. Pois bem. Tem uma funcionária que faz as parcerias, e aí no meio desse turbilhão que estava minha vida, eu confesso que acabei delegando demais, confiando demais nas pessoas. É o que eu consegui fazer. Foram anos muito duros pra mim. E aí teve a renovação do contrato da loja, e falaram que era igual, era só assinar. Outra pessoa que era o diretor financeiro, tinha até as minhas senhas para vocês terem ideia, já tinha visto. Podia assinar. Eu assinei.

Mas aí começou uma coisa muito assustadora de essa pessoa ficar me infernizando a vida sobre a loja, se não ela ia fechar. E eu pensei "mas nossa, todo mundo compra da loja, eu quero entender melhor".

Marquei uma reunião com o cara da loja. Foi quando eu descobri que 98% do lucro, de até 100 mil reais, ia para o empresário e seu sócio dono da loja. Eu tive um ataque. Eles sempre ficam me ameaçando que fizeram uma ata com as mensagens e xingamentos dos meus áudios. Tem mesmo, deve ter mesmo. Eu realmente fiquei louca. Eu sou uma pessoa muito explosiva, e muito certa. Eu trabalho de graça para os animais... Me senti explorada.

Todo mundo tentando me convencer de que eu estava errada, de que é assim mesmo, que eu não entendo de negócios. Tinham custos, funcionários, impostos. Toda hora tinha alguma coisa.

Me disseram que se tivesse qualquer custo era por conta dele. E é mentira, porque até 50 mil o instituto não ganhava nada. Até 50 mil que faturava, o instituto não faturava nenhum centavo. Só depois de 100 mil que ganhava 10%. Ou seja, pra eu conseguir ganhar 25 mil reais, metade do custo fixo mensal que eu tinha que pagar para os empresários, eu tinha que vender 250 mil reais. E todos eles falando que eu era loucura, que era absurdo.

Depois de todos os escândalos eu mandei fechar a loja. Um deles disse que tinha razão, e aí peguei uma outra coisa desse funcionário, dando mais uma porcentagem de uma outra parceria para esse cara da loja. E aí eu realmente tive um ataque, perdi a confiança nas pessoas, e disse que qualquer coisa tinha que passar por mim.

Quero ver todas as parcerias, cadê os contratos? Tinha um monte de coisa que não passou por mim. E aí tive que escutar que ele não trabalharia assim, que não tinha hierarquia no instituto.

É até difícil de contar de tão surreal. Eu disse que tinha hierarquia, sim, e eu sou presidente, e pelo estatuto eu tenho, sim, direito de ter que aprovar absolutamente tudo. Eles convocaram uma assembleia-geral para dezembro, onde mudaram o regime de governança do instituto, onde eu sou presidente da diretoria, mas na prática não posso decidir nada. Eles têm a maioria agora.

Eu não posso mais controlar salário de funcionário, não posso mais mandar embora, não posso controlar os custos, os gatos. Não posso mais nem fazer os resgates. Vocês viram que eu fiz resgate com outras pessoas, porque tinham cachorros morrendo e nem o motorista podia vir. Esperei dois dias. Eu não posso dirigir há um tempo, vocês sabem disso, depois que eu fiquei doente.

Eu estou tentando resolver isso juridicamente, meu advogado já fez uma notificação dizendo que eu quero ficar com absolutamente tudo, eu quero que eles se retirem e deixem meu trabalho continuar. O instituto foi, sim, construído com base na minha história, no meu trabalho e na minha credibilidade.

O dinheiro do instituto veio de vocês, os meus seguidores. Alguém pode ter feito uma doação ou outra, mas o grosso, os milhões que eu consegui levantar foram doados por vocês. Essa é a verdade. Eu trabalho de graça, eu quase não faço publicidade porque eu só falo de coisa vegana. Querem que eu viva de quê?

Mas no instituto eu nunca ganhei nada, nenhum tostão. E dei muito. Dei tudo o que eu tinha de mais precioso na minha vida. Eu, em paralelo a isso, a gente está esperando uma prestação de contas e os contratos de todas as parcerias que foram feitas.

Isso é muito importante. Um terceiro fez uma proposta para eu sair, deixar tudo, que ele assumiria os problemas de processo. Inclusive, os advogados do instituto que cuidavam dos processos, eu tomo muitos processos. Tem um jurídico do instituto porque eu não dou conta.

Agora fizeram os advogados todos renunciarem os meus casos. Vocês acreditam?

Estou aqui só para dar uma satisfação, dizer que eu sempre vou continuar. Independente do que aconteça, vocês podem ter certeza que eu sempre vou tentar me levantar. Sempre vou me levantar e sempre vou continuar minha luta pelos animais. Sempre vou conseguir fazer mais."