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Youtube desmonetiza canais da Jovem Pan por desinformação eleitoral

Programa "Os Pingos nos Is" foi principal disseminador de desinformação segundo o YouTube - Reprodução
Programa "Os Pingos nos Is" foi principal disseminador de desinformação segundo o YouTube Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

23/11/2022 17h40Atualizada em 23/11/2022 21h47

O YouTube decidiu hoje, por conta própria, desmonetizar os canais da Jovem Pan de suas redes. Não houve nenhum pedido judicial referente à emissora, mas segundo a plataforma aconteceram "repetidas violações" das políticas de combate à desinformação.

O problema se deu, principalmente, por conta do programa "Pingos nos Is", porém devido à repetição das infrações a decisão não se limitou a esse produto.

Em nota, o YouTube afirmou que "O canal Os Pingos nos Is incorreu em repetidas violações das nossas políticas contra desinformação em eleições e nossas diretrizes de conteúdo adequado para publicidade, incluindo as relacionadas a questões polêmicas e eventos sensíveis, atos perigosos ou nocivos, além de outras políticas de monetização. Desta forma, suspendemos a monetização do respectivo canal e dos outros que integram a rede Jovem Pan no YouTube, de acordo com nossas regras."

O UOL entrou em contato com a assessoria da Jovem Pan, mas até o momento não obteve retorno.

Apesar de o "Pingos" ter a TV e o rádio, a plataforma de vídeos do Google é uma parte importante da audiência do programa. O Grupo Jovem Pan tem a monetização do YouTube como fonte relevante de receita.

Polêmicas entre a Jovem Pan e o TSE

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proferiu uma série de decisões contra a Jovem Pan, especialmente em razão de declarações de comentaristas contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Inclusive, a Corte Eleitoral abriu uma investigação a pedido do partido para apurar para avaliar suposta falta de isonomia no tratamento que dado ao petista em comparação com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Jovem Pan chegou a tratar a decisão como censura em um editorial e de fazer sátiras com isso, como quando comentaristas leram receitas de bolo ao vivo e um "censor" andar pelos estúdios enquanto os programas aconteciam.

O Tribunal também obrigou a rádio a dar direitos de resposta à campanha de Lula e ordenou o impedimento de novas inserções e manifestações que distorçam informações sobre as condenações contra ele que foram anuladas pelo STF.