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Família de Elvis foi um peso para diretor de filme sobre rei do rock

Fernanda Talarico

De Splash, em Memphis, Tennesse*

14/07/2022 04h00

Produzir um filme sobre uma celebridade real que conta com milhares de fãs não é uma missão fácil. Muito menos quando se trata de um dos maiores nomes da música mundial. É o caso de "Elvis", a cinebiografia do rei do rock que chega aos cinemas brasileiros hoje.

Dirigido por Baz Luhrmann ("Moulin Rouge"), o filme se propõe a contar a história do astro pela visão do seu controverso empresário, Colonel Tom Parker, interpretado por Tom Hanks. Por se tratar de um longa sobre uma figura tão conhecida, o diretor precisou tomar cuidado redobrado com a maneira que abordaria o personagem. A Splash, contou que, além da pressão normal dos produtores, ele também lidou com as expectativas da ex-mulher, Priscilla Presley, e da filha, Lisa Marie.

"Foi uma pressão diferente, eu diria. Você sente a pressão dos estúdios e das finanças, porque você quer ter a certeza de que eles não vão deixar o projeto. Mas [estava lidando com] a fé da Priscilla e da Lisa Marie."

O cineasta explicou ter conhecido brevemente mãe e filha antes do início das filmagens e, em decorrência da pandemia da covid-19, que começou durante a produção, Luhrmann não teve contato com as duas. "De repente, estávamos todos isolados por causa da pandemia, mas a fé delas foi um peso."

O peso de se fazer um filme é uma coisa, mas a responsabilidade de contar a história de um pai, um marido ou um avô, é muito grande.

Para o diretor, era preciso tomar muito cuidado com a maneira que Elvis seria retratado. "Um filme é uma ferramenta poderosa, que pode causar muito dano. Contar histórias é um instrumento poderoso e você pode danificar muitas coisas por meio da forma como você conta. Então, eu queria fazer o oposto disso: trazer à tona a humanidade de Elvis, sua relevância e o porquê é relevante hoje, e sempre será."

O mesmo peso sentido por Baz Luhrmann pressionou também Austin Butler, ator que interpreta Elvis Presley no filme. "Era o marido de Priscilla e o pai de Lisa Marie, então era uma pressão imensa", contou a Splash.

Elvis e Priscilla Presley no dia do casamento, em 1967 Imagem: Getty Images

Ser Priscilla

Já para Olivia DeJonge, a Priscilla de "Elvis", o fato de sua personagem ainda estar viva tornou o processo um pouco mais fácil. "Você sabe o que você tem que fazer, está tudo ali", disse. Porém, ela acredita que há também uma parte negativa: "vão ter comparações".

Eu estou muito agradecida por ter essa oportunidade, porque é um desafio se colocar nesse lugar e interpretar alguém que vai eventualmente assistir ao filme.

O Resultado

Ao assistirem a "Elvis", Priscilla e Lisa Marie ficaram bastante felizes com o título. Durante a pré-estreia do longa, em Memphis, na qual Splash esteve presente, a ex-mulher do rei do rock foi apenas elogios à produção.

"Minha família e eu estamos aqui para apoiar esse filme e agradecer a todos os que estão no nele. Baz, você é um gênio."

Quanto à atuação de Austin Butler, Priscila teve a impressão de que o ator se tornou Elvis de verdade e foi "guiado espiritualmente" pelo cantor durante as filmagens.

Baz Luhrmann, Olivia DeJong e Austin Butler em pré-estreia de 'Elvis'. Os três foram muito elogiados pela família do rei do rock Imagem: Jeremy Chan/Getty Images

Lisa Marie Presley usou as redes sociais para elogiar o ator. Ela estava há muito tempo sem publicar nada em seus perfis desde que seu filho, Benjamin Keough, morreu em 2020. "Eu não posto há algum tempo porque realmente não há muito a dizer, já que estou e estarei para sempre de luto pela perda do meu filho. Navegar por essa dor hedionda que destruiu e despedaçou meu coração e minha alma em quase nada me engoliu por inteiro", escreveu.

No entanto, a filha de Elvis gostou tanto do filme que quis falar com os fãs, mesmo enlutada. "Deixe-me dizer que é nada menos que espetacular. Absolutamente requintado", afirmou, complementando que Austin Butler "canalizou e incorporou o coração e a alma de meu pai lindamente."

A resposta positiva aliviou Butler. "Eu não poderia estar mais feliz. De verdade, eu fico falando isso, que fico me beliscando, porque parece um sonho. Nenhum outro trabalho significou tanto para mim e eu nunca coloquei tanto da minha alma e de quem eu sou em algo como nesse filme."

Eu terminei de filmar e eu não fazia ideia de como seria o resultado final. Tivemos muitos sacrifícios durante o processo, e você fica na esperança que dê o resultado. O fato de ter um significado tão importante para elas me deixa sem palavras.

DeJonge contou ter a mesma sensação: "É um alívio enorme! Sentir a aprovação dela [Priscilla] é como se eu pudesse finalmente respirar depois de todos esses anos. É tão incrível ter o apoio dela, e de toda a família. É mais do que poderíamos ter pedido!"

*A repórter viajou a convite da Warner Bros

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