Wagner Moura celebra lançamento de 'Medida Provisória': 'A cara do Lazinho'
Laysa Zanetti
De Splash, em São Paulo
18/04/2022 04h00
Amigo de longa data de Lázaro Ramos, o ator Wagner Moura está voltando à sua função de ator com a nova série do Apple TV+, "Shining Girls".
Produzida por Elisabeth Moss e Leonardo DiCaprio, a série baseada no livro "Iluminadas", de Lauren Beukes, estreia no próximo dia 29 de abril, e é o primeiro trabalho do ator nascido em Salvador, na Bahia, desde que estreou na direção com "Marighella".
Coincidentemente, a série chega às plataformas algumas semanas depois de Lázaro Ramos, que iniciou a carreira junto a Moura nos palcos soteropolitanos, também fazer sua estreia na direção de um longa-metragem. Assim como "Marighella", "Medida Provisória" tece uma teia complexa de referências políticas e culturais ao Brasil dentro de um histórico de preconceito e exclusões.
Em entrevista a Splash, Wagner Moura contou que fica feliz com a estreia de Lázaro Ramos na direção, e que os dois mantêm contato frequente e que sentem muito orgulho um do outro.
"Nós conversamos o tempo todo", declara o ator. "Lázaro é meu irmão, assim como Vladimir Britcha. Temos uma relação muito profunda, trocamos ideia sempre, e eu estou muito orgulhoso de 'Medida Provisória'", continua.
"Assisti ao filme e fiquei super emocionado, acho tem a cara do Lázaro, sabe? É um filme que toca nas coisas que precisa tocar, mas é leve, tem humor. É a cara do Lazinho, que é essa pessoa que fala o que precisa falar sempre de um jeito que é leve, mas que não deixa de dizer o que é preciso."
Medida Provisória
Estrelado por Alfred Enoch, Taís Araújo, Seu Jorge, Renata Sorrah e Adriana Esteves, o longa se inicia quando um governo autoritário de um Brasil distópico autoriza uma Medida Provisória para enviar todos os cidadãos descendentes negros para morarem no continente Africano. O caos se instaura e um movimento de resistência surge colocando em xeque as noções de raça e lutas antirracistas.
"O filme vem de uma peça de 2011 e o roteiro ficou pronto em 2015. A gente pensava 'vamos criar uma distopia do futuro que a gente não quer que aconteça para alertar a sociedade'. Infelizmente, várias coisas aconteceram. É culpa da realidade", pontua Lázaro, em papo com Splash.
OVNI
Em entrevista recente concedida ao podcast Podpah, Lázaro também havia falado sobre Wagner e a amizade de ambos:
"Wagner é meu amigo desde que eu tinha 16 anos. Nós conhecemos em Salvador, no teatro. Ele era um cara esquisitíssimo e o apelido dele era OVNI. Ele andava com um cabelão na frente do rosto, de roupa preta, muito esquisito mesmo", recordou.
"Eu tinha um pouco de medo dele e mal nos falávamos. Até que um dia Wagner foi ao teatro me ver, foi falar comigo no camarim e me pediu para ser amigo dele. Fiquei amigo dele por medo", finalizou.