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Milionário, Felipe Titto desacelera na TV e usa a arte como empresário

Filipe Pavão

De Splash, no Rio

18/04/2022 04h00

Ator, apresentador, influenciador e empresário, aos 35 anos, Felipe Titto está na lista dos milionários brasileiros. Depois de infância humilde, ele ficou conhecido por interpretar personagens em novelas da TV Globo, mas, nos últimos anos, desacelerou os compromissos artísticos para se dedicar aos negócios.

Isso não significa que ele tenha deixado de lado a carreira na TV, pelo contrário. Em primeira mão, Splash revela que ele é o novo integrante fixo do "Shark Tank Brasil", reality do Sony Channel no universo do empreendedorismo.

Sou um artista empresário. Eu trago a arte para os meus negócios e vice-versa, transformo em negócio a minha arte.

"Jamais vou deixar a arte de lado porque eu devo muito à arte. Eu cresci e me criei nela. Meus negócios aceleraram por causa da minha relevância midiática e do que aprendi na arte. Se eu não fosse o Felipe Titto, talvez esses processos tivessem sido mais devagar", diz.

"O que a segurança do mundo corporativo me deu é uma base para escolher, de fato, o que quero fazer, não sair topando tudo como tinha de fazer há alguns anos porque eu dependia daquilo única e exclusivamente para comer e viver. Hoje, não é o caso, eu tenho a opção de escolher os personagens", continua.

Felipe Titto entra para o elenco regular de 'Shark Tank Brasil' Imagem: Guido Ferreira/Sony Channel

Além do trabalho como influenciador no Instagram, sua maior fonte de monetização, Titto é CEO e fundador da holding Tittanium Inc, que conta com mais de 10 empresas de vários seguimentos em seu portfólio, desde a venda de açaí e aluguel de cabanas para férias, até gerenciamento de carreiras artísticas. Mas ele conta que tem um "mínimo de embasamento" de todos segmentos que investe.

"Vamos falar de comida? Beleza, eu já fui cozinheiro, tenho um mínimo de domínio sobre o segmento, então, vamos acelerar o ramo alimentício. Eu tenho as franquias da Oakberry, a Nho Sorvetes, que a marca é minha, tenho participação na General Burger, que é uma rede de hamburgueria... Trabalho na arte há pelo menos 25 anos. Então, a Tittanium vai gerenciar carreiras. É o que fiz e estou reaplicando. São coisas que fui adquirindo experiência ao longo da vida e consigo aplicar no formato business", explica.

E o que falta Felipe Titto fazer? Investir na moda. Não é à toa que ele está "xavecando" um amigo para adquirir parte de uma empresa. "Sempre gostei muito de moda. Não sei se agora é o momento, mas estou xavecando um amigo, o Giulliano Pulga, que tem a Labellamafia, hoje, domina o segmento fashion fitness. Estou xavecando esse cara para ver se pego a vertente masculina da marca", diz.

Como um dos sharks (nome dado aos investidores) do reality da Sony, ele quer acelerar novos negócios e trazê-los para a sua holding. "O programa é um ótimo acelerador de negócios. Para o momento em que a gente vive, é absurdamente importante. A gente vem de um momento que as pessoas entenderam que se você não lutar pelos seus sonhos, é provável que você lute pelo de alguém pelo resto da sua vida", diz.

Atualmente, as inscrições estão abertas aos candidatos que queiram expor seus negócios e conquistar os investidores do programa, dentre eles, Felipe Titto. Quando fez uma participação em um episódio na temporada passada, ele fez investimentos e acelerou negócios, além de fechar parceria com Semenzato, outro shark, ao comprar uma pizzaria no Rio.

Felipe Titto é fundador e CEO da holding Tittanium Inc., que conta com mais de dez empresas em seu portfólio Imagem: Guido Ferreira/Sony Channel

Ensinamentos

Felipe acredita que teve muitos desafios para chegar onde está, assim como grande parcela do país também tem, por vir de origem mais humilde.

"Tive um ponto de partida que é diferente da grande maioria das pessoas que se encontram no meio que circulo. É muito mais dificil vir de onde vim para chegar onde estou — e está longe de onde quero chegar. Estou no meio do caminho. Não deixa de ser genuíno se o cara é herdeiro... Eu parti de um outro ponto, menos dez, não do zero. Recebi muito 'não', 'você não serve' e 'você é louco', até hoje escuto", conta.

No começo, eu era louco. Agora, os que não me pedem emprego, me pedem dinheiro

Como dica para quem quer empreender, ele diz que um bom ponto de partida é "ficar surdo para o mundo" e seguir a intuição, mas sem achismos. É preciso fazer análises de tudo, além de se informar. O próprio "Shark Tank Brasil" é uma fonte de informação.

"Existe o lado didático do programa, muita gente assiste já sendo empresário ou na ideia de montar um negócio e não sabe por onde dar o pontapé. Isso é facilitado pelos insights que os sharks e os próprios candidatos dão ao apresentar seus pitches (breves discursos para apresentar um negócio). É quase uma benfeitoria para sociedade",

Felipe Titto em cabana de férias da 'Cabana Home' Imagem: Reprodução/Instagram

Gratidão e fé

Titto diz ser um homem de muita fé, mas não segue uma religião específica. Ele explica que acredita em Deus e que a maneira de demonstrar sua gratidão é ajudando o próximo.

"Eu parto do princípio que a gente tem que fazer a roda girar. Tem 100% Deus na minha vida, tem eu trabalhando igual a um maluco aqui embaixo e ele zelando por mim lá em cima. E a única forma de demonstrar gratidão e ser grato por tudo o que acontece na minha vida é ajudar as pessoas", diz.

"Por exemplo, a Tittanium e a (produtora) KondZilla montaram um projeto de carreta para levar cinema a comunidades que não têm acesso. A gente estruturou um cinema dentro de um caminhão... E vai ter workshop de stand up, batalhas de MC e de rima", exemplifica ele.

Felipe Titto é colecionador de tênis Imagem: Reprodução/Facebook

Colecionador

Felipe ainda chama atenção da web pela sua coleção de tênis. Ele conta que são cerca de 500 pares e que recebe muitos pares de presente, além de comprar outros, mas também diz que doa muitos e dá para amigos também, pois tem "zero apego" pelos itens.

Na infância humilde, ele já gostava desse universo, mas não podia comprar. Sua mãe era babá e ganhava tênis dos filhos das patroas para distribuir entre os três filhos homens.

"Era tênis compartilhado. Se estivesse grande, usava duas meias, se estivesse apertado, tirava a palmilha. A gente foi adaptando... Eu sempre gostei muito, olhava nas revistas. Quando minha vida clareou, eu pensei 'agora, posso ter'. As marcas começaram a me mandar, comecei a ter volume e a entender que era um colecionador. Passei a investir nisso", explica.

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