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Estrela pornô usa hijab em filmes e é ameaçada de morte pelo Talibã

A atriz pornô Yasmeena Ali, de 28 anos - Reprodução/Instagram
A atriz pornô Yasmeena Ali, de 28 anos Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Splash, em São Paulo

08/02/2022 10h28

A estrela pornô Yasmeena Ali usa o hijab (conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica) em seus filmes pornô, como Mia Khalifa fez no passado, e diz que os combatentes do Talibã lhe enviam ameaças de morte por causa de seu trabalho sexual.

"Recebo muito ódio dos homens afegãos. Muitas pessoas seriam afetadas por isso, mas eu não sou. Mensagens como: 'Como você se atreve a envergonhar o Islã e o Afeganistão'; 'Espero que você morra'; e eles dizem que estou vendendo meu corpo como um cachorro", disse a jovem de 28 anos ao Daily Star.

Yasmeena Ali trabalha com pornografia desde 2016, depois de fugir de um casamento arranjado. Na época, ela estudava ciências biomédicas e, em vez de se casar, deixou o lar e o Islã para trás.

"Eles dizem as coisas mais loucas e são tantas mensagens que não consigo lidar com todas. Às vezes eu apenas respondo 'eu também te amo' e eles odeiam isso. Acho muito divertido. Eles não gostam porque esperam que eu diga que estou com medo, mas não tenho nada a temer. Sempre fui uma lutadora", comentou.

Apesar de abandonar o Islã para se tornar ateia na adolescência, Yasmeena agora usa o hijab enquanto filma conteúdo adulto explícito.

"Estou completamente bem em usá-lo para pornografia. Isso faz uma declaração e quando você vê uma mulher fazendo sexo em um hijab, isso quebra um tabu. É algo que você não deveria fazer e cria um diálogo e eu sou a favor disso. Nos anos 80 e 90 havia muito pornô com freiras, isso cria uma conversa e é isso que estou fazendo", completou.

Ali se mudou para o Reino Unido aos 19 anos, depois que o Talibã ganhou o controle do Afeganistão na década de 1990.

Yasmeena também explicou como seu primeiro orgasmo desencadeou seu despertar sexual - a levando a uma carreira no pornô. A ativista sexual disse que está orgulhosa de quão longe chegou a garotinha assustada que foi proibida de estudar no Afeganistão.