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Bon Jovi abre o jogo sobre aposentadoria: 'Esperando os Stones'

Bon Jovi em entrevista ao Conversa com Bial - Vídeo/Reprodução
Bon Jovi em entrevista ao Conversa com Bial Imagem: Vídeo/Reprodução

Colaboração para o UOL

23/04/2021 03h29

O astro do rock Jon Bon Jovi revelou que ainda não tem planos para se aposentar e que espera que os Rolling Stones lhe mostrem qual é o tempo certo.

A afirmação veio durante o "Conversa com Bial" (TV Globo) de hoje, do qual o cantor foi o convidado. Questionado por Bial a respeito de uma afirmação antiga, onde dizia que não se imaginava chegando tão longe quanto Mick Jagger (o vocalista dos Rolling Stones tem 77 anos, contra 59 de Bon Jovi), o astro reafirmou que não espera tanto e brincou: "Esperando os Stones se aposentarem para saber quando parar. Saber o marco que devemos encerrar."

O cantor que já vendeu 130 milhões de álbuns e se apresentou pra 40 milhões de pessoas em 50 países reafirmou, em seguida, que não sabe quando vai parar de cantar e se apresentar e que não quer encerrar antes de uma turnê de seu último disco, o "Do What You Can", lançado em 2020.

"Não sei bem. Tenho muito mais experiência agora. Tem sido uma jornada incrível, me diverti muito. Sempre que escrevemos uma canção ficamos animados, queremos gravá-la e aí sai um disco", contou, afirmando ainda que o novo projeto é um "álbum em vácuo", pois ainda não foi possível ver como as pessoas reagiram ao mesmo. "É uma maneira estranha de sentir".

Do What You Can

Jon Bon Jovi contou ainda como surgiu a ideia do álbum. De acordo com o cantor, assim que a pandemia começou, ele ficou preocupado com o fato de que as pessoas precisariam de comida e, como a sua rede de restaurantes contava com muitos voluntários, isso seria um problema devido a impossibilidade dos mesmos de continuar com o trabalho.

"Então, eu voltei a lavar os pratos como fazíamos como começamos. Dorothea (esposa do cantor) tirou uma foto e queria postar, eu nem sabia", revelou, continuando a contar que a mulher então lhe mostrou a imagem para que ela fosse publicada com os horários que o restaurante estaria aberto para atender a população carente, que estava com fome.

"Ela me mostrou a foto e eu disse 'Se não pode fazer tudo, faça o que você puder (a tradução literal do álbum)'. Foi um chamado para ação.", concluiu, afirmando que, ali, já sabia que possuía uma música.

Joe Biden

Bon Jovi também falou sobre ter cantado o clássico "Here Comes the Sun" na posse do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e confirmou a Pedro Bial que a música foi uma mensagem de esperança e de novos tempos.

"Espero para o bem da nossa nação e de qualquer influência que temos enquanto país que estejamos tentando um acerto de contas. Seja por causa da pandemia ou pela tomada de consciência de que é hora de enfrentar o racismo diretamente, independente de posição politica", declarou.

"Não quero depreciar o governo anterior, porque há 75 milhões de pessoas que o acham legítimo. Mas essa é uma oportunidade para nos juntarmos como nação e debatermos juntos. As pessoas precisam entender o que aconteceu não apenas com a eleição mas com o mundo no geral", afirmou ainda.

Livin' on a Prayer, fé e revelações

O cantor confirmou a Bial que, quando iria lançar "Livin' on a Prayer", um de seus maiores sucessos, não achava que a música fosse tão boa assim.

"Era a história de sempre sobre mim, você e o poder da união. Uma boa história, mas que já tinha sido contada. Se tornou mais do que era depois, com a soma de todas as partes. (...) Quando fomos mostrar para a banda, não havia indícios do monstro que a música se tornaria", confessou.

Bon Jovi explicou, então, sua teoria para o grande sucesso da canção. "Não se parecia com nada da época, nada que tocava no rádio. Ela era um unicórnio. Ela se destacava."

Na entrevista, o cantor revelou ainda que considera Frank Sinatra um grande exemplo a ser seguido por tudo o que conquistou e que tem muita fé, mas se considera um "católico em recuperação".

"Tenho muita fé. Rezo todo dia. A minha gratidão está embutida no poder de Jesus. Mas não vou a Igreja sempre", confessou o cantor, afirmando que perdeu o contato com o ritual. "Mais com o ritual do que com a fé", finalizou, contando que passa essa fé aos seus filhos, os ensinando ainda a respeitar a diversidade religiosa. "Jesus, Buda, Maomé. Todos tem ensinamentos e todos são legítimos."

Bon Jovi contou que a pandemia o fez estreitar os laços com os filhos, por tê-los de volta em casa depois de adultos - algo que tornou o seu processo de composição ainda mais íntimo.

Ele confirmou também que pretende vir ao Brasil quando a pandemia passar. "Sempre torço para ir ao Brasil. SP e Rio são sempre destaque em qualquer turnê."

Ao final da entrevista, Bon Jovi finalizou com uma mensagem sobre a experiência que a idade o trouxe. "Existe um momento na vida que só vem com experiência e prática. Você tem que descobrir sua voz. Houve uma época em que eu estava na defensiva. Achava que o público não queria ver vulnerabilidade, não queria ver dor. Mas a experiência e a idade me deram forças para admitir que estava sofrendo. E a resposta foi 'Vamos sofrer juntos'. Essa é uma mensagem melhor. Mas é preciso que você esteja em um momento muito específico da vida."

O "Conversa com Bial" vai ao ar de segunda a sexta-feira, após o "Jornal da Globo".