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Sean Connery passou últimos anos aposentado e longe dos flashes

Leonardo Rodrigues*

Do UOL, em São Paulo

31/10/2020 10h13Atualizada em 31/10/2020 12h29

Sean Connery, o primeiro —e, para a maioria dos fãs, melhor— James Bond do cinema, morreu hoje, aos 90 anos. Mas já fazia quase duas décadas que ele não era visto nos cinemas. O escocês, afinal, estava aposentado (mas nós recordamos os grandes papéis de sua carreira também).

A última vez que Connery esteve em um set de filmagem foi no início dos anos 2000, quando protagonizou seu último longa, a superprodução "A Liga Extraordinária" (2003). Três anos mais tarde, aos 75 anos, ele anunciou publicamente em um evento beneficente que, de fato, estava aposentado "para sempre", encerrando especulações.

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Apesar de nunca ter detalhado o motivo, duas questões influenciaram a decisão. Ele teve problemas de saúde e, em 2006, retirou um tumor no rim.

A outra questão foi artística. Sean, que sempre teve um relacionamento conturbado com estúdios, não se deu bem com o fiasco de "A Liga Extraordinária", que sofreu com críticas e bilheteria considerada fraca. A relação com o diretor Stephen Norrington também não foi das melhores.

Sean vivia em uma mansão nas Bahamas, na companhia da mulher, a pintora Micheline Roquebrune, de 91 anos. A propriedade fica em Lyford Cay, um condomínio fechado na ilha de New Providence.

O ator passava boa parte do tempo livre jogando golfe —uma grande e antiga paixão— e comparecendo a partidas de tênis, outro de seus esportes favoritos.

O ator Sean Connery em rara aparição durante jogo de tênis em Nova York Imagem: Jewel Samad/AFP

Connery já foi visto várias vezes em Nova York, onde costumava se encontrar com o filho, o cineasta Jason Connery, e ir a jogos do US Open.

Longe dos filmes

Ao longo dos anos, Connery deixou bem claro a pessoas próximas que não pensava em retornar às telas.

Falei com ele outro dia. Não nos vemos porque ele não viaja muito agora. Mas ele não vai fazer mais filmes. Perguntei e ele disse: 'Não, nunca mais vou fazer isso
O amigo Michael Caine, em entrevista ao jornal "The Telegraph"

O ator chegou a ser convidado por Steven Spielberg para reprisar o papel de Henry Jones em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" (2008), mas não chegou a um denominador comum com o cineasta. Connery, já com um supercachê, queria que o personagem tivesse um papel maior no filme.

Falei com Spielberg, mas não deu certo. Não era um papel tão generoso, pelo qual valesse a pena voltar. E eles interpretaram a história de uma maneira diferente. O pai de Indy não seria tão importante assim. Eu tinha sugerido que eles o matassem no filme. Teria resolvido melhor
Sean Connery

Arrependimento pós-Bond

Connery se recusou a comemorar os 50 anos de "007 Contra o Satânico Dr. No" (1962), o primeiro de seus sete filmes como agente secreto. Ele via o legado do personagem como uma "maldição" em sua carreira, a quem sempre foi e será associado. Mais recentemente, no entanto, ele fez as pazes com o personagem.

Aposentadoria não foi completa

Desde 2003, sir Sean Connery deu voz a James Bond no game "James Bond 007: From Russia with Love" (2005) e, sete anos depois, apareceu no documentário "Ever to Excel". No mesmo ano de 2012, produziu e dublou a animação "Sir Billi", estrelada por um aposentado que vive em uma vila escocesa e encontra uma cabra que imagina ser um cachorro.

Totalmente Sean Connery, não?

*Com edição de Beatriz Amendola

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