Tábuas de frios pelo mundo

Três combinações para viajar pelos sabores do Mediterrâneo, da Península Ibérica e do Brasil

Keiny Andrade (fotografia), Ana Requião (food styling) e Gabrielli Menezes (texto) Keiny Andrade/UOL

Ideal para receber pessoas em casa, as tábuas de frios aliam praticidade — dá para comprar tudo pronto — e criatividade. Por isso, a grande sacada está justamente na seleção de ingredientes, que pode ir bem além dos queijos e dos embutidos.

Abrir espaço para pães, castanhas, frutas, compotas, pastas e conservas faz crescer o número de combinações possíveis numa mesma mordida. A vantagem? Com texturas diferentes e os cinco gostos básicos (doce, azedo, salgado, amargo e umami) presentes, tudo fica mais divertido na boca.

Para facilitar a escolha dos itens, a dica é se inspirar em culinárias específicas e fazer da refeição uma viagem. Confira, a seguir, três sugestões de diferentes regiões do globo, o mar Mediterrâneo, a Península Ibérica e o Brasil.

Role a página e descubra mais informações sobre cada ingrediente presente nas tábuas.

Brasileira

Se por um lado a extensão do Brasil torna impossível falar em uma cozinha nacional, por outro a diversidade cultural faz sobrar opções regionais para exaltar.

Os produtores de queijos artesanais, por exemplo, se estendem por todo o território. Dá para escolher aqueles de gosto já conhecido, como o queijo de coalho do Nordeste, ou os autorais, feitos por uma marca específica, caso do cuesta Pardinho, do interior de São Paulo.

Para valorizar o que é nosso, troque o pão italiano de sempre pela broa de milho, que traz na composição o cereal celebrado por aqui em quitutes doces e salgados. Outra sugestão é o pão de queijo, símbolo máximo de Minas Gerais, assim como o doce de leite.

O açúcar também pode entrar na tábua com frutas, compotas e até mel — o Brasil tem mais de 300 espécies de abelhas nativas, que dão origem à meles diferentes em cor, sabor e acidez.

Só não vale deixar passar ingredientes da Amazônia, cuja biodiversidade tem valor mundial. Castanha-do-Pará e de baru contribuem para a variedade de texturas da refeição e o cupuaçu garante o sabor de Brasil.

Mediterrânea

Fresca e aromática, a culinária dos povos que rodeiam o mar mediterrâneo valoriza cada produto e respeita a sazonalidade. Frutas adoradas no verão, por exemplo figo e romã, viram compotas no inverno. Mariana Fonseca, chef dos restaurantes gregos Myk, Kouzina e Fotiá, diz:

Lá, é tudo muito real, saudável e sustentável. Eles prezam pelos ingredientes in natura."

Um ícone que representa esses valores é o azeite — a região, de clima seco e grande incidência de sol, é responsável por 95% da produção mundial.

Os queijos, leves e pouco maturados, são feitos majoritariamente a partir de leite de cabra e ovelha, como o feta. "Ovinos e caprinos são mais comuns do que vaca na região. Então é natural que os laticínios venham desses animais", explica Lucas Medina, professor do curso de Gastronomia do Senac.

Além da Europa, a cozinha mediterrânea abrange países do Norte da África e do Levante, onde ganha sabores que podem ser incorporados à tábuas de frios. Combinam com a refeição frutas secas, picles e pastas.

"A culinária mediterrânea não tem fronteiras", afirma Lucas.

Ibérica

A culinária que une Portugal e Espanha apresenta sabores marcantes. As receitas são carregadas em temperos, como cebola, alho, tomate e pimentão. Alguns desses itens entram até em embutidos, como o chorizo, de carne e gordura de porco, e a alheira, feita de aves.

Alana Miranda, sócia do bar Nos Otros, em São Paulo, diz:

Por serem muito próximos e pequenos, Portugal e Espanha acabam por compartilhar muitos sabores, ainda que cada um tenha peculiaridades definidas".

Os peixes e frutos do mar, que brilham em pratos como a hispânica paella e o lusitano bacalhau à Brás, tornam-se duráveis nas conservas de azeite, típicas portuguesas. Enlatadas, elas fazem bonito nas tapas (aperitivos que, na Espanha, ganham uma importância cultural singular) e vão bem sobre a tábua de frios.

A produção artesanal de queijo também é relevante em ambos territórios. Preparados com leite de ovelha, o Serra da Estrela, de Portugal, e o Manchego, da Espanha, têm denominação de origem protegida — ou seja, só podem ser feitos nas áreas que carregam no nome.

Além de embutidos, conservas e queijos, a tábua sugerida apresenta frutas muito consumidas na península, caso da uva e da laranja, as principais oleaginosas da região, castanha portuguesa e amêndoa, o pão de azeite e as carnes suínas curadas.

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