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Dois anos após início da pandemia, Paris volta a ter pontos turísticos lotados de estrangeiros

A Place du Trocadero, um dos pontos mais buscados para tirar fotos da Torre Eiffel, volta a receber maior fluxo de turistas Imagem: Getty Images

da RFI

11/05/2022 17h04

A demanda turística reprimida durante mais de dois anos reaparece com tudo nas ruas de Paris. A melhora nos números da pandemia de coronavírus, a flexibilização das condições de viagem e, de quebra, a volta dos dias ensolarados têm levado a capital francesa a reviver os áureos tempos em que era uma das cidades mais visitadas do mundo, antes da chegada brutal do coronavírus.

Nos pontos turísticos, línguas de todos os países voltaram a ser ouvidas: americanos, britânicos, alemães, latinos e até alguns asiáticos, ainda reticentes à retomada das viagens internacionais. Ça y est: os operadores de turismo festejam o grande retorno da clientela estrangeira à cidade.

"Eles estão de volta, de fato, e acho que daqui a 15 dias vai ser ainda melhor, porque o tempo estará ainda mais bonito em Paris. É maravilhoso", comprova o garçom Cyril, em um café na esquina com a Torre Eiffel. "Estamos vendo muita gente da Europa, mas também da América Latina: Porto Rico, México, Panamá. Muito mesmo. Tem também americanos, mas um pouco menos que o normal."

Pela primeira vez desde o início de 2020, a taxa de ocupação dos hotéis na cidade chega a 80%, conforme a União das Atividades e Indústrias da Hotelaria, e ultrapassou 90% no fim de semana de Páscoa. Nesta data, 22 mil pessoas visitaram a torre Eiffel por dia, quase a lotação máxima do monumento, enquanto que os ingressos para o Louvre precisam ser reservados com 48 horas de antecedência para um sábado, domingo ou feriado.

O número de voos vindos da Espanha já supera o registrado em 2019, enquanto os da Itália e Estados Unidos estão próximos de atingir os índices pré-pandêmicos, segundo o escritório parisiense de turismo. A Federação Nacional de Aviação, por sua vez, antecipa para este verão a retomada de 100% dos voos de médias distâncias e 85% dos longos trajetos.

Viagem adiada

O casal de mexicanos Rodrigo Flores e Guadalupe Romero comemora finalmente poder realizar a viagem com que sonhava. "Fazia tempo que queríamos viajar para esta parte do mundo e por causa da pandemia, tínhamos adiado. Mas agora, tivemos a oportunidade", afirma ele. "Estou muito emocionada, na verdade, porque tudo isso é novo para a gente. Estamos impressionados com tanta beleza que tem neste lugar, que é magnífico", diz a mexicana. "E tem muita gente, vimos pessoas do Marrocos, da Colômbia, dos mais diferentes lugares", indica Guadalupe.

Visitantes no Louvre, na França, já voltam a encher as alas do museu Imagem: Mehdi Taamallah/Getty Images

No rio Sena, os barcos turísticos passam o dia e a noite lotados, como nos velhos tempos, celebra Badis, gerente de bilheteria do Vedettes de Paris, uma das empresas que oferece passeios nas embarcações. "Temos realmente a impressão de que a pandemia ficou para trás e que as pessoas estão de volta. O fim de semana de Páscoa foi um verdadeiro sucesso e, desde então, só continuou. Estamos muito contentes", indica o gerente.

"Alguns clientes ainda usam máscaras e continuamos a oferecer gel nos barcos, mas a maioria das pessoas está sem máscara. Elas estão felizes, é como uma liberação", constata.

Economias durante a pandemia

Essa felicidade se confirma em despesas. "Tenho a impressão que os turistas estão com dinheiro para gastar. Acho que a pandemia os fez economizar, então agora eles se soltaram", observa o garçom Cyril.

Da mesma forma, a vendedora Liu, de uma loja de souvernirs, percebe a disposição dos turistas para gastar sem contar. "Durante a pandemia, estávamos fechados, mas agora a situação está boa e voltamos a abrir. Tem muitos turistas que vêm na França, então para a gente eles nos proporcionam um grande retorno", festeja.

Ainda assim, os turistas asiáticos, raros na multidão, fazem falta. Até 2019, os chineses eram os estrangeiros que mais movimentavam o turismo francês, responsáveis por um total de 3,5 bilhões de euros (R$ 18,9 bilhões).

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