Como este apê de fundos deixou passado escuro e cômodos antigos para trás
Carol Scolforo
Colaboração para Nossa
05/01/2023 04h00
Acredite, este apartamento de 65 m² de fundos, no Flamengo, Rio de Janeiro, estava escuro, triste e compartimentado quando comprado em um leilão pelo economista Gabriel Hidd. A base e a metragem eram perfeitas, no entanto, para ele morar sozinho.
Bastava uma reforma para dar a ele uma nova vida. Como escrever um livro partindo do zero, o mais indicado era demolir tudo — e o apê foi mesmo ao chão quando o arquiteto Rafael Ramos entrou em cena.
Muitas ideias de antigamente já não se aplicam. O pequenino corredor que dava acesso à janela no fundo da sala — solução muito comum nos imóveis antigos da zona sul carioca — era uma delas. Deu espaço, então, a portas de correr com vidro canelado e esquadrias de madeira, elemento que aponta a leveza desse início de história.
A antiga dependência de empregados era outra que estava com dias contados: atualmente as lavanderias são pequenas, equipadas e se extinguiu essa necessidade. Em vez disso, a cozinha ganhou mais espaço e estimula Gabriel a cozinhar em casa recebendo amigos ali.
Os tons neutros, com toques industriais, trazem uma atmosfera jovem, composta por escolhas novas — afinal, é sua primeira morada.
A ideia antes era que fosse uma residência híbrida, minha própria moradia e aluguel de temporada. Mas fiquei tão apaixonado pelo resultado que desisti de alugar.
Pontos-altos da reforma de Gabriel
- Não há muitas cores diferentes, mas a paleta de tons neutros se tornou mais interessante ao apostar em texturas diferentes. É uma boa forma de tornar o visual monocromático mais caloroso.
- Madeira clara e vidro tornam-se um trunfo no apartamento: ajudam a clarear a base em dias de menos luz.
- Em vez de paredes, esquadrias de vidro permitem a passagem de luz para os interiores.
- Usar tons claros puramente daria uma direção mais natural para o apartamento. Para dar equilíbrio e certo toque industrial, o preto entrou em hastes da estante e em outros pontos estratégicos. Uma aposta atual, nem sempre fácil de fazer sozinho.